Searle contra Dennett: conhecimento do Blog até outubro de 6 de out. de 2024 00:24
O que se segue é uma coleção de posts sobre a filosofia da mente deste blog. Os posts exploram ideias de vários filósofos, incluindo Searle, Dennett e outros. Os tópicos abordados incluem a relação entre mente e corpo, a natureza da consciência, o papel da linguagem, a inteligência artificial e o teste de Turing. Os autores discutem a natureza da mente, se é uma entidade real ou uma construção teórica, se a mente é uma propriedade do cérebro ou algo separado, se é possível para máquinas terem consciência e se é possível criar uma teoria da mente que possa explicar o comportamento dos robôs. Temos principalmente as ideias de Searle e Dennett sobre a mente e a consciência, apresentando suas principais diferenças:
Searle:
Dualismo: Argumenta que a consciência é um estado mental subjetivo que não pode ser observado diretamente. Acredita que robôs podem ter consciência sem se comportar como humanos.
Ontologia: Defende que a consciência é um conceito ontológico que não pode ser explicado pela neurofisiologia.
Epistemologia: Argumenta que o comportamento é um conceito epistêmico que não pode ser usado para determinar a existência da consciência.
Realidade: Acredita que a consciência é um fenômeno biológico natural, defendendo que a ciência moderna se baseia na separação entre mente e matéria, mas essa separação é um obstáculo à compreensão da mente, que deve ser compreendida como um fenômeno biológico natural.
Dennett:
Funcionalismo: Acredita que os estados mentais são propriedades físicas e usa o exemplo do vírus como um agente que, mesmo sem consciência, realiza ações intencionais para sobreviver.
Intencionalidade: Considera a mente como um comportamento que governa as ações, ajudando a entender a evolução da mente e as diferenças entre humanos e outras espécies.
Evolução: Acredita que a mente humana é resultado da evolução e que a linguagem é um fator importante para nossa capacidade de conhecimento.
Diferenças:
Existência da Mente: Searle acredita na existência da mente como uma entidade real, enquanto Dennett a considera uma construção teórica útil, mas não uma entidade real.
Método de Investigação: Searle defende uma abordagem mais tradicional, enquanto Dennett defende uma abordagem mais funcionalista e evolucionista.
Natureza da Consciência: Searle acredita que a consciência é um fenômeno subjetivo, enquanto Dennett a considera um sistema intencional que pode ser usado para prever o comportamento de um indivíduo.
Inteligência Artificial: Searle é mais cético em relação à possibilidade de uma máquina ter consciência, enquanto Dennett é mais aberto a essa possibilidade.
Em suma, a principal diferença entre os dois é a visão sobre a natureza da mente: enquanto Searle a considera um estado mental subjetivo e ontológico, Dennett a considera um sistema intencional que pode ser usado para prever o comportamento de um indivíduo.
28 de fevereiro de 2016: Haveria independência entre a mente e o comportamento?
Este documento discute a relação entre o cérebro, a mente e o comportamento. Searle argumenta que a consciência é um estado mental subjetivo que não pode ser observado diretamente por uma terceira pessoa. Searle argumenta que é possível que robôs possam ter consciência sem se comportar como humanos.Searle argumenta que a consciência é um conceito ontológico que não pode ser explicado pela neurofisiologia. Searle também argumenta que o comportamento é um conceito epistêmico que não pode ser usado para determinar a existência da consciência.
20 de março de 2018: Os qualia
O texto argumenta que o conceito de qualia, que se refere às características intrínsecas de nossas sensações, é problemático. Ele destaca a incongruência entre a intuição e a ciência na abordagem dos qualia. A intuição, que nos dá acesso direto às qualidades do mundo, se contrapõe à ciência, que busca uma descrição objetiva do mundo, sem levar em conta a experiência subjetiva. Vicentini, o autor do texto, argumenta que a abordagem do qualia pela tradição é equivocada. Ele argumenta que a crença dominante nas ciências da mente, o fisicalismo, trata os qualia como algo inefável, de acesso somente privado e intrínseco a cada um de nós. Ele critica a abordagem de Nagel e Jackson, que usam o conceito de qualia para criticar o fisicalismo, dizendo que ela é baseada em intuições equivocadas e viciadas na visão cartesiana do mundo. Vicentini argumenta que o problema não está na existência dos qualia, mas sim na forma como eles são tratados pela tradição. Ele sugere que a questão dos qualia deve ser repensada, e que devemos procurar uma abordagem que não seja baseada em intuições equivocadas e que leve em conta as diferentes perspectivas sobre o mundo.
10 de abril de 2020: A consciência subjetiva é parte da realidade
O artigo analisa o pensamento de John R. Searle sobre a filosofia da mente, com foco na sua crítica ao dualismo e materialismo, mostrando como a sua perspectiva se afasta das visões tradicionais. Searle critica o materialismo por reduzir a realidade a uma realidade física observável, ignorando o componente subjetivo da consciência e, portanto, a irredutibilidade da compreensão da realidade. Ele argumenta que a ciência moderna se baseia na separação entre mente e matéria, mas que tal separação é um obstáculo à compreensão da mente, que deve ser compreendida como um fenômeno biológico natural. O autor enfatiza que a subjetividade não é algo que se possa eliminar, e que a consciência é um aspecto irredutível da realidade. Ele ainda defende a necessidade de repensar as categorias tradicionais de corpo-mente, matéria-consciência, para compreender a consciência como um fenômeno biológico natural. O artigo termina com uma análise do conceito de objetividade e subjetividade, sugerindo que a distinção entre epistemológico e ontológico é fundamental para a compreensão da consciência. A perspectiva de Searle busca superar as limitações do dualismo e materialismo, defendendo uma visão mais integrada e complexa da realidade.
20 de abril de 2020: Investigação da mente: evolução e intencionalidade
O documento analisa o trabalho de Daniel Dennett, um filósofo que busca entender a mente humana do ponto de vista da evolução. O autor destaca que Dennett defende o funcionalismo, uma teoria que considera os estados mentais como propriedades físicas, e usa o exemplo do vírus como um agente que, mesmo sem consciência, realiza ações intencionais para sobreviver. O autor argumenta que a postura intencional de Dennett, que considera a mente como um comportamento que governa as ações, pode ajudar a entender a evolução da mente e as diferenças entre os humanos e outras espécies. O documento ainda discute a perspectiva evolutiva de Dennett, que acredita que a mente humana é resultado da evolução e que a linguagem é um fator importante para a nossa capacidade de conhecimento.
27 de abril de 2020: Introdução à intencionalidade em Searle[i]
Este documento discute as teorias de John Searle sobre a consciência. Searle rejeita tanto o dualismo quanto o monismo, argumentando que a consciência é um fenômeno biológico natural que deve ser estudado de forma objetiva. Ele critica a abordagem de Daniel Dennett à consciência, argumentando que Dennett ignora o aspecto subjetivo da experiência. Searle afirma que a intencionalidade é um produto biológico evolutivo que permite que os humanos se conectem com o mundo através de estados intencionais. Ele argumenta que o background de crenças, desejos e outros estados psicológicos é essencial para entender a intencionalidade. O documento conclui que a neurociência pode ajudar a elucidar os aspectos empíricos da consciência, mas que não há contradição entre uma abordagem de senso comum e a ciência.
2 de maio de 2020: Psicologia Popular
O documento discute a existência de crenças e desejos, desafiando a visão materialista que nega sua existência. Searle argumenta que crenças e desejos são reais e devem ser estudados dentro do contexto da psicologia popular. Ele refuta a redução de crenças e desejos a fenômenos neurobiológicos, alegando que a existência dos fenômenos é anterior à teoria. Searle argumenta que a existência de crenças e desejos pode ser comprovada pela experiência humana e que a psicologia popular é fundamental para entender o mundo e a nós mesmos.
9 de maio de 2020: Mente gorda ou mente magra?
O texto discute a diferença entre uma "mente gorda" (substancialista) e uma "mente magra" (funcionalista) na filosofia da mente. A mente gorda é vista como algo que existe independentemente do corpo, enquanto a mente magra é uma relação entre o corpo e o mundo. O autor argumenta que a mente gorda é mais difícil de estudar cientificamente, pois sua natureza subjetiva e qualitativa é difícil de ser observada objetivamente. Por outro lado, a mente magra, que se manifesta através do comportamento, é mais fácil de estudar, mas pode ter dificuldades em explicar a consciência, que não se manifesta necessariamente no comportamento. O texto discute o experimento de Fodor, que mostra que a consciência não é uma questão de meros processos de computação, e termina com a questão da inteligência artificial: uma máquina pode ter consciência? A resposta, de acordo com o autor, depende da natureza da mente: se a mente é gorda, uma máquina não pode ter consciência, mas se a mente é magra, uma máquina pode sim ter consciência.
9 de fevereiro de 2023: Descritivismo
O texto aborda o descritivismo clássico, a teoria dos agregados e como o descritivismo resolve três dos enigmas deixados sem resposta pelo referencialismo. O descritivismo clássico é uma família de teorias da referência que explicam o significado e/ou a referência dos nomes em termos do significado e/ou referência das descrições definidas daqueles nomes. Primeiro, o descritivismo explica o significado dos nomes em termos do significado das descrições e, depois, explica a referência dos nomes em termos do significado das descrições. A teoria descritivista dos nomes próprios, por sua vez, parte do pressuposto de que o significado de um nome próprio é dado pelo significado da descrição definida que o falante associa a ele. A teoria dos agregados, por sua vez, defende que o significado de um nome próprio não é dado por uma única descrição, mas por um agregado de descrições que permitem determinar o objeto a que o nome se refere. A teoria dos agregados, portanto, oferece uma solução para o problema do descritivismo clássico, que não consegue explicar como diferentes descrições podem ser associadas a um mesmo nome. O texto apresenta, ainda, uma solução para o problema dos nomes vazios, que são nomes que não se referem a nenhum objeto. De acordo com o descritivismo, mesmo que um nome não se refira a nenhum objeto, ele ainda tem significado, pois o significado do nome é dado pelo significado da descrição definida que lhe é associada. Finalmente, o texto discute o enigma de Frege e o princípio da substitutividade. O enigma de Frege é o problema de como explicar o significado de nomes próprios que são correferenciais, mas têm sentidos diferentes. O princípio da substitutividade, por sua vez, afirma que a substituição de um nome próprio por outro nome próprio correferencial não altera o valor de verdade da proposição. O descritivismo resolve o enigma de Frege ao argumentar que o sentido de um nome próprio é dado pelo significado da descrição definida que lhe é associada, e não pelo objeto a que o nome se refere. Em relação ao princípio da substitutividade, o descritivismo argumenta que o princípio falha em contextos que são referencialmente opacos, como os contextos de crença.
5 de setembro de 2023: Por este meio
O texto discute a teoria dos atos de fala de Austin, que argumenta que as frases declarativas não são as únicas que podem realizar ações. As frases performativas, como "prometo" ou "desculpe", são atos sociais que seguem regras constitutivas que devem ser obedecidas para serem válidas.
A teoria de Austin distingue entre força ilocutória (o ato que é realizado ao dizer algo) e conteúdo locutório (o que é dito). Ele argumenta que toda elocução possui um aspecto performativo e um aspecto descritivo, mas que as performativas não são verdadeiras ou falsas, pois não descrevem um fato.
O autor também discute a crítica de Cohen, que argumenta que o conteúdo performativo das frases tem significado e não pode ser simplesmente descartado.
Lycan defende uma visão liberal dos atos de fala, argumentando que eles podem ser verdadeiros ou falsos, pois o conteúdo locutório é parte do significado da elocução. Ele critica a teoria de Austin por não lidar com essa complexidade, e sugere que uma teoria completa dos atos de fala deve levar em conta o significado locutório.
14 de julho de 2024: Máquinas que pensam
O texto discute se máquinas podem realmente pensar, explorando o conceito de IA forte e a tese de que a atividade mental é simplesmente a execução de um algoritmo. O autor compara o funcionamento de um termostato com o de um computador, argumentando que, embora ambos processem informações, apenas os seres vivos possuem consciência. O argumento central é que a consciência não emerge de algoritmos, mas sim de uma "coisa" material, como um cérebro. O texto apresenta argumentos contra e a favor da IA forte, culminando na conclusão de que a consciência humana é um fenômeno complexo que transcende o processamento de informações, o que a diferencia de qualquer máquina, por mais sofisticada que seja.
20 de agosto de 2024: A terceira margem do rio
O texto analisa o conceito de "mente" e o papel da linguagem científica e comum em sua investigação, através da obra de Dennett e de outras correntes filosóficas, como o materialismo e o dualismo. Discute a relação entre a mente e o corpo, o problema da consciência, e a possibilidade de se estudar a mente através da neurociência. O autor argumenta que a linguagem pode ser uma ferramenta para desvendar o mistério da mente, mas que também pode aprisioná-la em um sistema fechado e rígido, impossibilitando a interpretação. A análise destaca ainda a relevância da investigação sobre o virtual para a compreensão da mente e explora as implicações para a inteligência artificial. O texto convida a uma reflexão crítica sobre as diferentes abordagens da mente e a buscar uma perspectiva mais abrangente que leve em conta os aspectos tanto científicos quanto filosóficos.
9 de setembro de 2024: Prevendo previsões
O texto discute a teoria da mente de Daniel Dennett, que argumenta que a mente é uma construção teórica útil, mas não uma entidade real. Dennett critica a visão platônica da mente, que acredita em ideias inatas e não observáveis, e defende que a mente é uma interpretação do que acontece no cérebro. Ele também argumenta que o teste de Turing é um critério operacional, que foca no funcionamento da mente e não em sua natureza. Dennett defende que a mente é um sistema intencional que é usado para descrever o comportamento de um indivíduo, e que a inteligência é a capacidade de prever o comportamento de outros seres. Ele destaca que a psicologia popular é uma ferramenta útil para prever o comportamento de outras pessoas, mas que não há evidências de que a mente seja uma entidade real.
O autor também comenta a teoria dos neurônios espelhos e sua relevância para a teoria da mente. Finalmente, ele argumenta que a inteligência artificial social, um campo que estuda a interação entre robôs e humanos, precisa desenvolver uma teoria da mente que consiga explicar o comportamento dos robôs.
17 de setembro de 2024: Uma teoria da mente
O texto trata da teoria da mente e da aplicação de teorias em geral, usando como exemplo a divisão de Dennett em três níveis de explicação dos processos que descrevem organismos ou aparatos complexos: o físico, o do design ou planejamento e o intencional. O autor argumenta que a teoria intencional, apesar de não ter base ontológica, é uma estratégia eficiente para prever comportamentos, pois ela não precisa levar em consideração as bases físicas ou de projeto de um sistema. O autor também discute a teoria funcionalista da mente, defendendo que a mente não é redutível ao cérebro, apesar de estar nele. Ele usa a analogia de um rádio para ilustrar essa ideia, mostrando que dois rádios diferentes podem tocar a mesma música e dois rádios idênticos podem tocar músicas diferentes, o que sugere que a mente é um sistema funcional que pode ser realizado por diferentes substratos físicos. O autor também discute a crítica behaviorista à teoria intencional, argumentando que ela não se aplica a todos os sistemas, e que a mente pode estar corporificada, o que significa que ela está intimamente ligada ao corpo.
------------------------------------
* resumos feitos pelo Gemini.
Nenhum comentário:
Postar um comentário