sábado, 22 de agosto de 2020

A religião é a merda do povo

Circula por aí uma frase semelhante a: “A religião é o ópio do povo”. Eu desconheço o autor (Marx, talvez?), mas eu parafraseio conforme o título: “A religião é a merda do povo”. Se me dói? Bem, a dor seria por uma falta de respeito a quê? Um Deus, uma instituição, uma cultura ou pessoa? Se eu não tenho como me desculpar com os três primeiros, o último, se religioso for, me perdoará.

A religião é a merda do povo, a cada dia me convenço mais. Vejam as formigas: elas se comunicam, não é? Fazem seu trabalho. O que nós faríamos sem religião? Nós, seres humanos, morreríamos sem religião? Talvez a religião nos mate.

O fictício exemplo de um Deus vivo, Deus homem, Jesus, é uma boa fábula. São boas parábolas, mas muito mal interpretadas. Os seguidores, os crentes (será que estou por aí?) definitivamente não testemunham, não preciso citar exemplos.

Evangelizar: verbo maldito. Evangelizar é fiscalizar cu alheio (no passado foi pior). Que o presidente da CNBB me processe (o excelentíssimo filho da puta Walmor Oliveira de Azevedo), Francisco não o fará. Levar a boa nova... Que boa nova, cara pálida?

Eu não quero teorizar, não tenho tempo para isso, infelizmente. E se o tivesse, não seria investido nisso, provavelmente. Eu quero simplesmente externalizar. Há império, um constructo humano em cima da religiosidade, da palavra. Isso move vidas, move a humanidade. Eu não quero menosprezar, mas quero recusar.

Senhor, ó senhor! Vida invisível, espírito, força sobrenatural, me puna agora!

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Bem ainda estou aqui, me perdoa?

Não quero brincar, eu só não quero o mal e a religião pratica o mal, cotidianamente, invariavelmente, interminavelmente. Sempre, 100%? Óbvio que não, ópio que não. Sede livre, escolha. Eu estou fazendo a minha escolha.

domingo, 16 de agosto de 2020

O mistério das coisas

Nós estamos inseridos em uma realidade que funciona para nós e isso é evidente. Eu não duvido [e nem questiono] que o copo de vidro com a água que estou bebendo possa dissolver de repente ou que a água subitamente irá evaporar, dentro das condições que me encontro agora. Embora eu não saiba exatamente de que minério é feito o copo ou mesmo as condições exatas para a água evaporar.

Tudo isso, essa realidade, não é tão misteriosa. Eu posso saber, algum homem sabe, o Homem sabe. Porém, eu também não duvido que amanhã o sol vai nascer em seu horário corriqueiro e que novas árvores florescerão. Essas outras coisas são muito certas, mas são mais misteriosas. E o universo que está além da terra? É exponencialmente misterioso, assim como a quantidade de sinapses em meu cérebro. E eu também imagino que quem lê esse texto vai interpretá-lo mais ou menos da forma como desejo, ou seja, que há uma estrutura racional compartilhada que neurocientistas, filósofos e outros especialistas estudam, mas que estão longe de obter todas as respostas e nem que as obtidas até agora perdurarão ou cairão por terra.

Então, de tudo que experienciamos e para que possamos viver, há coisas que a humanidade como um todo sabe e muitas outras que não. E estamos evoluindo, a cada dia conhecemos mais sobre os mais variados assuntos e aumentamos o edifício do saber. Mas conheceremos tudo, saberemos tudo ou poderemos explicar tudo? Definitivamente não.

Há um vácuo explicativo que podemos chamar de o mistério das coisas (o mistério da vida, da justiça, do Big Bang, do ar transparente que respiro e me faz viver). Há muito mais coisas misteriosas e a serem explicadas do que coisas que conhecemos e sabemos. O mistério das coisas é, para alguns, o que se chama Deus, Ala, orixá, espírito, etc. Todos esses nomes, essas entidades potentes, só existem por causa do mistério das coisas. Para o importante problema invisível do mistério das coisas uma solução não menos importante e invisível. Essa é uma maneira de viver dentro daquela realidade que funciona. Funciona admitir que eu conheço uma pequena gama de coisas, a humanidade uma vasta gama de coisas e todo o resto, tudo, deixamos nas mãos dos deuses.

Isso não importa tanto, são nomes diferentes para o mistério das coisas. O que mais importa é que o conhecimento evolua dentro de regras éticas e de maneira colaborativa. E que evolua para todos os lados, respeitando a todos, respeitando a auto determinação dos povos e o direito dos povos originários sobre a terra. Nesse ponto, a disputa é entre o nosso conhecimento e o mistério das coisas. Assim viveremos, até o fim, nessa tarefa de superar o mistério das coisas e essa talvez seja nossa mais importante missão enquanto conformados em um corpo que pensa e vive.