quinta-feira, 29 de maio de 2014
Greve, 2014
sábado, 17 de maio de 2014
Olhar-se
Para nós que enxergamos, os olhos são janelas para o mundo. Pensamos mais através de imagens: elas nos afetam e direcionam nossa mente pelos seus efeitos visuais.
É quase isso que nos resta: a imagem de pessoas, a imagem de um problema, a imagem de uma ação, de um acontecimento ou a imagem dos objetos.
De olhos abertos vemos um mundo de imagens, mas escutamos sons, cheiramos odores e olores e tocamos nas coisas. De olhos fechados vemos imagens. Buscamo-as alhures.
Mas quando nos olhamos? Ou, de quanto em quanto tempo? Na correria da vida dificilmente refletimos sobre nós. Mas quando olhamos no espelho? Olho no olho? Olho no corpo? Olho na mente e na alma?
No mundo de imagens precisamos nos olhar mais. Não um olhar longe e vazio e nem um olhar perto demais e imediato, olhares do dia a dia. Mas o olhar-se.
sábado, 10 de maio de 2014
Alguém
Sempre existe alguém no pano de fundo de nossas ações, garantindo nosso usofruto. Isto é assim e está constituído.
Ao estacionarmos o carro, tem sempre um flanelinha vigiando.
Ao chegarmos em casa, o porteiro está lá.
Se urinamos fora do vaso, dá-lhe doméstica.
No trabalho tem muita gente na infra, na base, no suporte.
No restaurante, os garçons. Na padaria, os serventes.
Essa é a condição de classe, de dominação, de se sujeitar à dominação. A classe que recebe o serviço, que necessita do serviço prestado, não vive sem ele e a ele está submetido.
Porque tem sempre ALGUÉM prestando o serviço. Mas não vemos esse alguém ou não os vemos como alguém. Para nós esse alguém é objeto. Mas quando isso acontece, o que somos?