Para
o ser humano, tudo é viver e nada mais. Não importa como e nem por que. Basicamente
é isso o que nos leva aos crimes mais hediondos e aos pequenos delitos. A necessidade
de nos mantermos vivo é a força que faz com que nada pareça assustador. Mais do
que nunca, é preciso sair do outro lado. E, de posse dessas variáveis de
realidade, cada um constrói sua caminhada, uma mais dolorida, outra suportável.
Além do mais, tudo muda o tempo todo e isso está definitivamente fora de nosso
controle. Então, o que fazer?
A
equação é simples: viver o momento presente tentando garantir que o rastro de deslocamento não deixe amarras ou feridas abertas para que o presente seja possível sem um
peso extra e até visando algo. Mas isso é o de menos, porque tudo é muito
igual. A gente muda daqui para ali, de lá para cá e tudo continua. Talvez esse
seja o grande objetivo de mudar: permanecer o mesmo. Ainda mais se houver uma
fórmula indicando a mudança: isso significará que a mudança é o fim e não o que
permanece. A permanência perde seu lugar e, de menosprezada, desaparece. É quando
se chega à velha formula: o que é solido desmancha no ar.
Mas
não nos façamos de rogado, afinal há sempre uma cerveja. Há vontade de dormir,
há o frio e o cobertor para quem tem. A gente vai se arrumando, vai se arranhando,
vai ranhetando. E vivendo mal, muito mal. Mas querendo viver. Porque tudo é
viver e nada mais. Jamais conheceremos a fórmula que garante certa leveza. Chore
e siga. Siga e sorria. Afinal, a equação é simples.