terça-feira, 12 de março de 2024

O problema fundamental da gramática

Verifica se falamos de coisas ou de fatos[i]

Hacking retoma argumentação de Russell de que a forma gramatical S-P pode ser parafraseada pela forma lógica pela qual “existe pelo menos um S, há no máximo um e todo S é P”. Hacking esclarece que, para um argumento dedutivo válido, a conclusão decorre das premissas em virtude de sua forma, caracterizada desde Aristóteles como “todo A é B, todo B é C, portanto todo A é C”.

Não obstante isto, o fato de uma sentença poder ocorrer tanto em premissas quanto em conclusões leva a uma crítica de Strawson que rejeita essa forma lógica, já que enunciados poderiam ocorrer em diferentes classes gerais de inferência. Hacking não acata essa objeção ao dizer que o intuito de Russell vai mais além pois ele não pretende tratar somente de inferências. Haveria uma forma lógica para uma sentença que é subjacente a todas as formas lógicas propostas por Strawson e que permite que ela tenha significado.

Russell estava interessado, em sua concepção, em condições sob as quais determinada sentença é verdadeira. Em associação com o primeiro Wittgenstein, essa concepção assere que as verdades correspondem aos fatos, isto é, a estrutura dos fatos poderia ser investigada pela forma lógica de sentenças verdadeiras a eles correspondentes e, com isso, abrir um campo de metafísica especulativa.

Contudo, o próprio Wittgenstein parece aderir, de acordo com Hacking, a um idealismo linguístico que restringe o conhecimento dos fatos com o qual temos familiaridade aos limites de linguagem, não à realidade dos fatos, de um mundo “lá”, independente de linguagem. Atualizamos Berkeley que dizia que não há mundo senão o percebido, em Wittgenstein, como o dito que ser é ser falado a respeito.

Hacking, então, remete ao século XVII novamente para ressaltar a importância da gramática e como a linguagem pode falar de coisas, já que a primeira é articulada e as segundas são totalidades. O malmequer, por exemplo, é uma coisa única, mas as palavras ocorrem em sequência[ii]. Isso fica claro pela teoria da referência quando sentenças da forma S é P (sujeito-predicado) se referem a coisas com propriedades e são verdadeiras se tem aquelas propriedades. O problema é que o objeto é um todo não articulado e não coisa de um lado e propriedade de outro.

Isso posto, Hacking postula: “O problema da gramática geral é explicar como a linguagem articulada realiza a representação de uma parte não articulada do mundo.” Ou seja, como as palavras se juntam na cópula que representa o objeto? Hacking argumenta que, como não foi possível fazer com que a cópula funcionasse da mesma maneira, surgiram diferentes gramáticas para as diferentes famílias de linguagens. E é Wittgenstein que traz o Tractatus para nos socorrer propondo que o mundo é feito de fatos e não de coisas e eles são articulados como as sentenças que os representam, os objetos se encaixam. Fica para trás o mundo das coisas e então “a proposição analisada não é sujeito e predicado, mas uma concatenação de nomes” (p. 93). Embora Hacking entenda que Russell ainda tenha mantido um mundo de coisas, o “isto”.

Se a forma lógica russelliana seria uma tentativa de responder ao problema da gramática, Hacking sugere que ela pode ser uma forma gramatical profunda, o que teria um paralelo com a proposta de Chomsky de uma gramática constituída de uma estrutura superficial projetada por regras de uma estrutura profunda a ela subjacente. Da proposta de Russell pode ser extraída uma lógica de primeira ordem das sentenças do inglês, como proporá Davidson. Mas esse caminho é rechaçado pelos seguidores de Chomsky que se mantem à estrutura sujeito-predicado, oriunda da gramática antiga. E essa é uma disputa em aberto, de acordo com Hacking.



[i] Fichamento do oitavo capítulo de Por que a linguagem interessa à filosofia? São Paulo: Editora Unesp, 1999. Ian Hacking. O capítulo se chama A articulação de Ludwig Wittgenstein.

[ii] A parte a teoria das ideias e se uma ideia é uma totalidade ou articulada. 

sábado, 9 de março de 2024

O conhecimento por familiaridade de Bertrand Russell

Mostra como a epistemologia de Russell interfere em sua teoria da linguagem[i]

Hacking traz citação inicial de Russel sobre temas de linguagem (lógica do sujeito-predicado, significado dos nomes próprios representando entidades) para dizer que a metafísica se expressa por ela[ii]. Passando para a argumentação mais detalhada de Hacking, o autor argumenta que Russell rejeita a teoria das ideias dos modernos, mas postula que o conhecimento por familiaridade vem de objetos imediatos da experiência. Nesse sentido, o significado de um nome próprio é o próprio homem, aquele que nos referimos apontando. Hacking nos lembra que, tanto Frege quanto Russell, desconsideram a ideia associada ao significado, mas, se concordam que o nome refere, Russell rejeita os significados públicos (Sinn) que não sejam a própria referência.

Tomando exemplo de Hacking, o significado do “malmequer laranja ali adiante” é o próprio malmequer, já “laranja” denota[iii] um universal abstrato do qual temos familiaridade (acquaintance). Esses universais são representados pelas palavras do dicionário e se enquadram bem a predicados, porém não a sujeitos. Por exemplo, “a montanha dourada” seria para Russell um objeto mental independente. Esse objeto, assim como números ou os deuses homéricos devem ser de um certo tipo para que possamos usá-los em proposições. Reparemos que nem todos esses “seres” “existem”. Mas, em “On Denoting”, ele dirá que não há referência, nesses casos. E Hacking evoca as famosas paráfrases: “Não é o caso que alguma coisa seja uma montanha dourada” não se refere a algo e “a montanha dourada não existe” que parece ter o mesmo significado só aparentemente tem a forma sujeito-predicado, mas logicamente quer dizer “Não é o caso que alguma coisa seja uma montanha dourada”. Assim como o famoso “atual rei da França” que é uma descrição que pretende denotar um indivíduo como “o malmequer” de fato denota. São as descrições definidas do tipo “o F” que parecem um sujeito gramatical, mas se comprovam sujeitos lógicos passando pela análise “o F é G”.

Sobre Stalin, Russell usa esse nome próprio significativamente como bom referencialista, mas fundamentalmente por sua epistemologia, por tê-lo conhecido. Nós, que não o conhecemos, precisamos de uma descrição definida de Stalin para nos comunicarmos, já que não temos o objeto imediato. A descrição definida significa o nome próprio e cada pessoa pode ter uma. Aí “Stalin”, uma palavra, pode ter diferentes significados e é pela ambuiguidade que nos comunicamos. Conforme Russell, “Seria completa e inacreditavelmente inconveniente ter uma linguagem não ambígua” (p. 80). Hacking destaca que a epistemologia de Russell leva sua teoria referencial a ter significados essencialmente privados. Mas Hacking insiste que uma teoria do significado é sobre o que é público, aquilo que Frege chamou Sinn e que permite nossa comunicação. Já a teoria de Russell depende da ambiguidade. E o mais irônico é que o idealista Locke reconhecia a aceitação comum dos termos.

Ora, na visão russelliana, nos referimos apenas a objetos imediatos, porém eles ficam restritos a nós como nomes próprios, uma vez comunicados são descrições que podem conter erros. E tal visão soa como contrassenso, já que aproxima Russell de Berkeley, problematicamente no ponto em que Russell fundamenta o conhecimento na “consciência distinta”. Mais do que isso, ao falarmos de um giz, conforme exemplo que Hacking tira de Russell, não falamos do objeto físico, mas do dado sensorial: “um isto”. E, conforme Hacking: “a palavra isto pode ser usada como um nome próprio”. É um nome que se dá a algo que estamos familiarizados no momento, é um nome próprio que é ambíguo porque pode não significar a mesma coisa em diferentes momentos.

Se parece que um nome próprio é usado significativamente por representar uma entidade, nessa teoria da linguagem não existe tal entidade, mas construções lógicas a partir delas, todas as vezes que dizemos “isto”. E, se uma expressão significa o que denota, poucas expressões têm significado por dependerem de estarmos familiarizados com a referência. Aqui, não há sentido fregeano. Por outro lado, Strawson sustenta que a linguagem depende de dizermos as coisas sobre corpos existentes (em “Individuals”). De toda forma, Russell se livra da ontologia substância-atributo. O uso de quantificadores na teoria das descrições elimina os sujeitos das sentenças[iv]. Isso pode significar que tal metafísica é um artefato da linguagem, não da realidade. Mas, por mais que pudéssemos seguir pelo caminho da metafísica de Strawson, Hacking se fiará na “forma lógica” proposta por Russell como sustentáculo da forma gramatical.



[i] Fichamento do sétimo capítulo de Por que a linguagem interessa à filosofia? São Paulo: Editora Unesp, 1999. Ian Hacking. Esse capítulo é bem denso porque supõe conhecimentos já explorados nesse blog, como as teorias da linguagem de Frege e Russell assim como uma compreensão da teoria das ideias dos modernos.

[ii] Se na matemática Russell parece crer que os fundamentos se explicam pelas conclusões, em sua epistemologia, seguindo caminho semelhante, a natureza do conhecimento vem dos sentidos.

[iii] Diferente do que se pensou em grande medida de Aristóteles em diante, conforme Hacking.

[iv] Quine terá aprofundado isso em Palavra e Objeto, conforme Hacking. 

segunda-feira, 4 de março de 2024

O inatismo de Noam Chomsky

Entre o inatismo de Descartes e o de Chomsky[i]

Hacking começa dizendo que, no século XX, a filosofia parece se preocupar com os significados haja a vista de perda de interesse nas ideias associadas aos sentidos e, contrariamente, o destaque para o significado público[ii]. Porém, Hacking nos lembra da controvérsia das ideias inatas levantada por Chomsky. Ora, lembremos que essa querela divide Aristóteles e Locke, para quem a alma é tábula rasa e Platão e Leibniz defendendo que já há princípios na alma.

A análise da questão poderia começar com a investigação de como uma criança começa a falar, mas ela rapidamente pode supor grandes diferenças entre racionalistas e empiristas. De um lado, a criança se compara a tábua de cera que é escrita passivamente e, de outro, ao bloco do mármore que já tem veios. Ocorre que, pelo empirismo, todo o conhecimento vem da experiência em um processo de aprendizado que é feito não somente de dizer palavras (“fome!”), mas também aprender uma gramática que permite pronunciar sentenças. Nesse processo há abstração muitas vezes negada pelo empirismo ingênuo. Para o racionalismo, as ideias inatas revelam tendências ou predisposições a certas características. Por mais que a distinção não seja tão distante, o racionalismo admite que conhecimentos vêm da experiência e o empirista que temos capacidades naturais.

Hacking destaca, então, duas questões de interesse provenientes da querela: aplicações na matemática e filosofia da percepção. Para Descartes nos tocam partículas, movimentos corpóreos, mas as ideias de cor, dor e som nos são inatas, ao contrário de Locke que considerava que essas características são abstraídas por nós. Assim como já temos a ideia do “triângulo verdadeiro” dentro de nós, que é apreendida a partir de triângulos imperfeitos do mundo. No Menon, Platão já usa esse expediente, isto é, despertar conhecimentos a priori pela argumentação e não pela experiência. Pelas provas matemáticas podemos prever propriedades de números e formas, além de sua necessidade universal comprovada por Leibniz, já que a experiência só nos dá contraexemplos particulares e os princípios não estão neles.

Hacking acrescenta que a abstração da experiência não permitiria, de acordo com o racionalista, abranger todas as propriedades de um triângulo. “Apenas as ideias inatas podem explicar verdades necessárias e conhecimento a priori” (p. 69). Ora, se para Descartes as ideias inatas provêm de partículas que excitam terminações nervosas, ainda assim há um vínculo material que será descartado por Berkeley e seu idealismo que solapa a presença de um mundo material[iii]. Já para Geach, séculos depois, há impossibilidade de abstração porque não há coisas semelhantes, há similaridade em alguns aspectos como a cor, por exemplo. E, para isso, deve haver um conceito de cor. Mas mesmo esses aspectos se misturam, não são inequívocos.

No processo de abstração há muitas características e o que procuramos aí se subdetermina, não obstante possa estar em linha com nossos mecanismos inatos. Esse caráter subdeterminado da experiência é usado por Chomsky para caracterizar a gramática (do inglês) que fica subdeterminada quando coisas são ditas na frente de uma criança. De posse dessa gramática elas podem proferir sentenças inteiramente novas por uma habilidade considerada por ele inata. Há, então, uma estrutura que é subjacente a toda língua e a criança com uma disposição virtual de aprender qualquer uma delas. O ponto comum no inatismo de Chomsky e o cartesianismo é a busca pelo que nos diferencia dos outros animais. Descartes via um mundo mecânico do qual nosso organismo participa e pode agir como uma máquina, exceto pela fala. Essa é uma capacidade única humana que Chomsky chama de “aspecto criativo do uso de linguagem”.

Assim Chomsky cria um programa de pesquisa em linguística que busca explicitar a gramática inata da espécie humana e que se diferencia frontalmente do “olhar para ver” dos modernos[iv]. Na proposta de Chomsky há uma teoria que pode ser confirmada ou refutada pela observação na qual “as explicações devem ser determinadas pelo que se possa ser teoricamente atribuído a uma criança” (p. 73) – enfoque inatista. Nesse inatismo os conceitos não estão “lá” (Descartes), mas a habilidade evolucionária de adquirir linguagem.

Hacking conclui ressaltando que, se a fala nos distingue, a linguagem interessa à filosofia. Entretanto, para além da comunicação ou significado, o estudo da natureza da linguagem pode nos levar para a natureza da mente, ou da própria realidade.



[i] Fichamento do sexto capítulo de Por que a linguagem interessa à filosofia? São Paulo: Editora Unesp, 1999. Ian Hacking.

[iv] Conforme https://www.reflexoesdofilosofo.blog.br/2024/01/as-ideias-de-port-royal.html (“raciocinar sobre ideias é como ver”). 

domingo, 3 de março de 2024

Hacking - estratégia e apogeu das ideias

Resume a abordagem da Hacking para o interesse que deveríamos ter na filosofia da linguagem e como ele vê o apogeu das ideias, dentro dessa ótica[i]

Recapitulemos o que vimos até aqui. Hacking divide sua obra em três fases: apogeu das ideias, apogeu dos significados e apogeu das sentenças. Destacaremos abaixo sua abordagem para a filosofia da linguagem e o apogeu das ideias.

A estratégia de Ian Hacking para a filosofia da linguagem[ii]. No primeiro capítulo Hacking explicita sua estratégia de abordagem considerando que a filosofia da linguagem associada ao significado é um ramo específico, recente e então ele se debruça em casos de uso ao longo da história nos quais a filosofia da linguagem se aplica e conversa com as demais áreas da filosofia, como ética, percepção e a natureza da mente humana.

O discurso mental de Thomas Hobbes[iii]. Nos capítulos de dois a cinco ele trata do apogeu das ideias, começando por Hobbes, que considerava a fala como uma transferência do discurso mental para o verbal. Para ele, a linguagem tinha a tarefa de comunicar pensamentos e nós, erroneamente, tentamos enquadrar Hobbes e os modernos na divisão das teorias do significado proposta por Alston entre ideacional, referencial e comportamental. Hacking aproxima a teoria comportamental de Hobbes a atual teoria intencional de Grice. Nessa abordagem, o falante pretende que o ouvinte infira o significado do que é dito, inserindo-se no campo da comunicação e intenção de comunicar. Mais do que uma teoria do significado, Hobbes tinha uma teoria do pensamento, associado ao discurso mental e às ideias. passando pela ênfase que a elas davam os modernos, muito por conta de um discurso mental, livre de erros.

As ideias de Port Royal[iv]. Aqui Hacking tenta elucidar um conceito tão amplo e tão simples: a ideia. Se por um lado, para Locke e Hobbes uma ideia poderia ser uma imagem mental, um objeto da percepção ou mesmo uma emoção, a Lógica, obra de Port Royal, define a ideia como tipo elementar, influenciada pelo cartesianismo que definia a ideia como polo que nos permitiria conhecer o mundo exterior. Ora, conhecemos ideias e só com elas estamos comprometidos, elas medeiam entre o ego e o mundo. Para Descartes, temos uma visão de cada ideia e as escrutinamos para saber aquelas que são claras e as confusas. Embora fale-se da visão, não se trata de imagens, já que podem ser conceitos. Por fim ele define a teoria das ideias dos modernos como essa classe de objetos que medeiam entre o ego e o mundo, ideias que nos são acessíveis pela visão, mesmo não sendo imagens e que palavras significam ideias, como uma relação causal. Ora, nessa visão, o discurso mental encadeado de ideias é que importava à filosofia.

As abstrações do Bispo Berkeley[v]. Hacking opõe Berkeley a Locke que, ao compactuar com a filosofia atomista de Boyle, abria caminho para a matéria e o ateísmo. Então, o idealismo de Berkeley postula que a matéria é inerte e vai ao extremo de dizer que tudo o que existe é mental. Mas Hacking dá atenção à relação que sua filosofia idealista tem com a linguagem, no que tange a possiblidade da concepção de ideias abstratas. Se, Berkeley concorda com a teoria das ideias dos modernos ele rejeita o raciocínio dos geômetras que se utiliza de ideias abstratas em demonstrações, por exemplo, no caso de triângulos, de uma ideia universal de triângulo. Hacking cita que para Hobbes não havia uma ideia universal, por exemplo, de chuva, mas alguma ideia de chuva, das que caem por aí. Mas, para Berkeley, cada qual que escrutine suas ideias não acha por objeto uma ideia abstrata, não as vemos. Então, mesmo raciocinando em demonstrações geométricas, usamos uma ideia particular. Ora, é possível “falar”, no discurso público, de uma ideia abstrata, mas quando vamos para o discurso mental não há nada que corresponda a elas. Como, por exemplo, a filosofia corpuscular de Boyle que não passaria de perversão da linguagem, já que não há matéria pois ser é ser percebido.

Teoria do significado de ninguém[vi]. Esse capítulo fecha o apogeu das ideias e já aborda mais diretamente o significado, que tem Frege como ponto de partida. Conforme capítulos anteriores, não há uma teoria do significado nos modernos, porém eles investigam a função comunicativa da linguagem, que tem base física e biológica e se refere à tradução de ideias em palavras pelo falante e de palavras em ideias pelos ouvintes. E é exatamente por admitir a existência de leis físicas que podemos garantir que essa dupla tradução é possível, já que temos os mesmos mecanismos. Podemos até discordar, mas entendemos a mensagem. Podemos até discordar, mas a fonte de erro é nossa ideia que formamos erradamente. Mas é suficiente que haja “aceitação comum”, que não tem a ver com significação, mas com a possibilidade do uso público. A aceitação comum vai se tornar, em Frege, o sentido (sinn) que é compartilhado e fruto do estoque de conhecimentos transmitidos na historia. Nessa transição, o discurso publico passa a ter relevância e a ideia passa a ser mera coisa privada associada ao significado.