Uma
coisa em repouso está como que isolada das demais em um determinado estado que
possivelmente não pode ser influenciada ou talvez não se contradiga.
Porém,
o estado de repouso não é um estado duradouro, pois tudo está em movimento. Os
astros estão em constante movimento, o sol, o universo, etc. Sentimos a chuva e
o vento. A rocha de tão dura vira areia. Nosso corpo nunca está em repouso pois
há sempre um coração batendo e sangue circulando, quando vivo e plena
decomposição quando morto, até ser completamente putrefato e começar a
pertencer a outros corpos ou materiais.
Conclui-se,
então, que o repouso não existe por si só, mas que ele é uma parte do
movimento, uma situação intermediária, pois nada permanece indefinidamente em
repouso senão que se volta ao movimento como forma primordial.
As
consequências dessa conclusão implicam em duvidar de tudo que signifique
repouso ou permanência. A duvidar do uno e do estável. A duvidar de ideais
abstratas ou das formas de Platão. Assim, uma ideia abstrata é uma quimera, ela
não existe senão no pensamento e nele não permanece, ela surge e se esvai. É na
concretude que as coisas acontecem e de onde surgem as ideias e onde elas
terminam, passando por nossa mente e nossos pensamentos.
A
fórmula matemática eterna e verdadeira é um erro, uma petição de princípio. A expressão
“2 + 2 = 4” acaba ali, após lê-la. Aquele número 2 não é um algo imutável, mas
algo aplicável e dispensável. O eterno não é eterno, mas tudo é enquanto dura e
tudo passará. Diante disso só nos resta lutar em movimento e para uma direção
que leve à subtração de dogmatismos.
[i] Pensamentos espontâneos a partir
de um trecho de THALHEIMER, A. INTRODUÇÃO AO MATERIALISMO DIALÉTICO. Fundamentos
da Teoria Marxista. ~pg. 52. Acessado em 19/10/2019: https://www.marxists.org/portugues/thalheimer/1928/materialismo/Introducao-ao-Materialismo-Dialetico.pdf