domingo, 31 de agosto de 2014

Série 3 perguntas, eu respondo.

  1. O que é a vida? (essa é do abu...)
  2. É preciso mudar algo no mundo?
  3. O que fazer para melhorar nossa condição?
  1. A vida é uma condição orgânica sustentável. Em se tratando do homem, essa condição se degrada ou se revigora baseada em fatores da psique e, se deslocando para fora, fatores culturais, sociais, políticos e... econômicos!!!
  2. É preciso mudar a ordem dos valores. Enquanto ser humano no mundo, precisamos sobreviver, ou: viver-da-melhor-maneira-possível. Qualquer fator externo ao homem deve ser relevado e reduzido ao extremo, qualquer situação adversa deve ser exterminada. A cada dia deve ser feito um brinde à saúde: do corpo e da alma.
  3. Temos que extinguir qualquer tipo de desigualdade e injustiça. Temos que aprender a postura de luta e combate. Não afirmo que o homem é um animal político, mas sei que é social. A nossa condição irá melhorar quando descobrirmos, ao certo, qual a medida da contestação. Uma medida que não nos mate, mas que não nos desmobilize também.

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

O valor da teoria marxista

A importância da teoria marxista é evidenciada pelo seu caráter normativo. Em abordagem oposta a da teoria tradicional, que descreve os acontecimentos e, com isso, perpetua a situação vigente, Marx denuncia em que bases se fundamenta o capitalismo e acentua a marca histórica oriunda do seu advento. Quem acusa esse procedimento marxista é Horkheimer e sua teoria crítica.

Basta um breve conhecimento de algumas das ideias gerais da teoria marxista para se tornar impossível imaginar a neutralidade de qualquer ciência política e social. O "neutro" é a favor do que esta aí, em voga. Mas a lei do sistema capitalista é abstrata e se funda no cálculo matemático de possibilidades, na transformação do tempo fluido em unidades de medida de trabalho discretas. Enfim, no controle da mão-de-obra livre, na alienação causada por uma cadeia de produção que fragmenta e subtrai a espontaneidade da vida humana, quando o orgânico se perde no imediatismo de uma consciência reificada.

Marx previu o colapso do sistema porque acreditava na sua contradição interna. Mas os proprietários dos bens, os chefes, se associaram ao estado e a livre concorrência se institucionalizou. Depois o capitalismo se tornou financeiro e global, cada vez menos humano. Talvez Marx não tenha errado em seu diagnóstico, mas a sociedade mercantil nascente, iluminada e teimosa, seguiu pelo caminho tecno-financeiro. Mas nem tudo são flores: aqui e acolá pode-se ver que seu seu legado está vivo em diversas correntes e pesamentos: sua luta ainda continua.

A neutralidade mentirosa e hipócrita da ciência nos quer calados e doutrinados. Mas é pelo valor da teoria marxista que se semeia uma esperança.

sábado, 23 de agosto de 2014

Reverberação

Uma coisa acontece aqui e tem um efeito ali. Ou lá. Não existe acontecimento isolado. Essa cadeia de causa e efeito envolve situações concretas - reais, materiais - mas também passa pelas ideias.

A cultura e a formação influenciam. Há um determinismo do meio, da educação. Mas o aqui e agora é fundamental. Como se vive agora contribui para o modus operandi. Como se vive agora não envolve somente conforto ou uma pseudo-ilusão de estabilidade. Como se vive agora é.

A gota perene pingando no forro de gesso vence. Uma falsa pressão de fora pode causar um desequilíbrio indevido. Se sujeitar a essa falsa pressão não é necessário.

A equação do sobreviver vivendo-da-melhor-maneira-possível precisa ser resolvida.

sábado, 2 de agosto de 2014

Dinheiro

Será que sabemos o valor que o dinheiro tem? Certamente sabemos que é um valor de equivalência e esse valor é subjetivo.

Pois, para quem tem muito, o dinheiro traz conforto. E para quem quase não tem, o dinheiro é sobrevivência.

Admiro mais o mendigo do que o rico. Porque o mendigo pede dinheiro, mas o dinheiro recebido é rapidamente trocado por alguma coisa necessária: seja um prato de comida, uma pedra de crack ou uma dose de pinga. O dinheiro do rico não é troca: é conforto, excedente. Esse dinheiro COMPRA.

Admiro mais o mendigo porque seu cheiro é cheiro de animal, seus pensamentos são imediatos. O mendigo que dorme na rua vê o mundo como ele é. Ele não tem propriedade, ele vive. Sua existência é sempre uma realização, ele não pode parar. Ele não escreve e quase não lê, não produz porque produzir é criar algo PARA alguém. Mas produzir algo PARA alguém é produzir algo para QUE alguém conosco se comprometa.

O cheiro do rico é de sabonete ou de perfume, não é um cheiro natural. Ele se aflige porque não conhece o mundo e precisa GUARDAR seu dinheiro ou mesmo perpetuá-lo. Sua sobrevivência se projeta no GANHAR dinheiro, ele TEM que trabalhar. E produz para si, para os seus, para que a prole continue sua espécie.

Admiro o mendigo porque tenho dinheiro e não posso imaginar o que seria de mim e de minha vida sem dinheiro e, talvez portanto, sem projeto e sem futuro, sem nenhuma pegada, nenhum rastro. Admiro o mendigo porque ele é livre. Livre do dinheiro.