quinta-feira, 28 de agosto de 2014

O valor da teoria marxista

A importância da teoria marxista é evidenciada pelo seu caráter normativo. Em abordagem oposta a da teoria tradicional, que descreve os acontecimentos e, com isso, perpetua a situação vigente, Marx denuncia em que bases se fundamenta o capitalismo e acentua a marca histórica oriunda do seu advento. Quem acusa esse procedimento marxista é Horkheimer e sua teoria crítica.

Basta um breve conhecimento de algumas das ideias gerais da teoria marxista para se tornar impossível imaginar a neutralidade de qualquer ciência política e social. O "neutro" é a favor do que esta aí, em voga. Mas a lei do sistema capitalista é abstrata e se funda no cálculo matemático de possibilidades, na transformação do tempo fluido em unidades de medida de trabalho discretas. Enfim, no controle da mão-de-obra livre, na alienação causada por uma cadeia de produção que fragmenta e subtrai a espontaneidade da vida humana, quando o orgânico se perde no imediatismo de uma consciência reificada.

Marx previu o colapso do sistema porque acreditava na sua contradição interna. Mas os proprietários dos bens, os chefes, se associaram ao estado e a livre concorrência se institucionalizou. Depois o capitalismo se tornou financeiro e global, cada vez menos humano. Talvez Marx não tenha errado em seu diagnóstico, mas a sociedade mercantil nascente, iluminada e teimosa, seguiu pelo caminho tecno-financeiro. Mas nem tudo são flores: aqui e acolá pode-se ver que seu seu legado está vivo em diversas correntes e pesamentos: sua luta ainda continua.

A neutralidade mentirosa e hipócrita da ciência nos quer calados e doutrinados. Mas é pelo valor da teoria marxista que se semeia uma esperança.

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