Podemos ser engajados ou estar engajados, mas também podemos não nos engajarmos. O compromisso é de cada um, podemos lutar invariavelmente em todas as situações ou em alguns momentos mais relevantes, podemos somente ver a banda passar.
Mas em uma situação de greve não temos escolha. A situação de greve exige paralisação, é um estado de exceção, de suspensão do juízo, de não normalidade. Não se admite passividade, é preciso estar lá e participar. É preciso coletar o maior número de variáveis, escutar os pontos de vista. Podemos nos abster e até mesmo não ter ainda uma opinião formada, mas temos que ir.
Dentro da universidade (pública), diante de uma decisão da assembléia dos estudantes por greve, não pode haver aula. Uma vez deliberada a greve, é greve! É mobilização, é discussão. O fura-greve que fique em casa, estudando, descansando ou cuidando de outros assuntos. Mas no espaço da universidade, a sala de aula é para debate, é aula prática. E existe melhor aula do que essa?
O que temos visto é que somente nos momentos de greve podemos prestar a atenção nos problemas institucionais e no funcionamento das estruturas. Na situação do dia a dia todos correm atrás do seu prejuízo e poucos se engajam, poucos guerreiros. Mas uma aula em uma greve é um evento ilegítimo porque não é claro. Os comunicados correm na boca miúda, as notícias são contraditórias e ninguém sabe bem o que está havendo. Contra essa atitude: cadeiraço!
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