segunda-feira, 16 de junho de 2014

Vai tomar no cú

Abertura da copa do mundo no Brasil, ingressos a R$ 500,00, o time local vencendo o jogo de estréia e eis que se escuta: "Ei Dilma, vai tomar no cú!". Palavrão gostoso de se dizer, né? Melhor não tentar dizer isso na rua para alguém porque o resultado pode não ser muito bom...

Mas o povo vai no estádio para dizer palavrões e xingar todo mundo. Bem, não era bem o "povo" que estava lá, nosso povo anda melhorando de renda, mas quinhentos reais não é para qualquer um. Assim como não era qualquer um a ser hostilizado, era: 1) uma mulher, 2) já senhora e 3) presidenta da república, representante máxima do "povo". Já diria José Simão: "o brasileiro é cordial.".

Ousaria dizer que a cantoria se deu por pura falta de criatividade, por não se ter nada melhor para cantar, como aquele coro: "1 2 3, 4 5 6, 7!". Mas a reação da mídia sugere que, é verdade, o "povo" exagerou. Mas não é a própria mídia a cultivar tal espécie de ódio e rancor? De fato, além de falta de criatividade para se festejar a vitória com um cântico melhor, podemos dizer que o que se passou ali foi intolerância. Intolerância que se vê e escuta todos os dias por esse "povo" que estava lá, que deve estar no país errado. O lugar dele devia ser a Suíça, essa deve cumprir o nível de exigência.

Não quero ser politicamente correto, quero que a política seja feita em data e local apropriados e com o respeito que tal contenda merece. Mas o "povo" não quer mais saber de política porque o "povo" só pensa no seu bolso (cheio) e só quer morder o lucro, não quer dividir. O "povo" não quer mais partidos políticos porque tem muita gente querendo dialogar e dividir o bolo agora e, para esse "povo", é melhor uma ditadura que lhe dê garantias. Debater para que? Fora com os partidos.

Poderíamos sugerir a esse "povo" alguns temas para serem cantados em um estádio de futebol, inúmeras as marchinhas e bordões que temos de carnaval. Nosso samba e nosso pagode poderiam ser divulgados para o mundo em tamanho evento, são expressões de nossa cultura. Mas o "povo" não está preocupado com o mundo, prefere xingar a presidenta e partir para seus nobres compromissos sociais e afazeres importantes.

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