sábado, 10 de maio de 2014

Alguém

Sempre existe alguém no pano de fundo de nossas ações, garantindo nosso usofruto. Isto é assim e está constituído.

Ao estacionarmos o carro, tem sempre um flanelinha vigiando.
Ao chegarmos em casa, o porteiro está lá.
Se urinamos fora do vaso, dá-lhe doméstica.
No trabalho tem muita gente na infra, na base, no suporte.
No restaurante, os garçons. Na padaria, os serventes.

Essa é a condição de classe, de dominação, de se sujeitar à dominação. A classe que recebe o serviço, que necessita do serviço prestado, não vive sem ele e a ele está submetido.

Porque tem sempre ALGUÉM prestando o serviço. Mas não vemos esse alguém ou não os vemos como alguém. Para nós esse alguém é objeto. Mas quando isso acontece, o que somos?

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