Dois
aspectos muito importantes do projeto de Deleuze e Guattari nos foram a pouco
revelados: a linguagem e a filosofia da história.
A
linguagem do Anti-Édipo é a linguagem dos autos psicanalíticos, da literatura e
do próprio inconsciente que flui pela boca do patológico. Há um estilo por trás
da obra, estilo de difícil acesso em um momento complexo. Para se entender o
obscuro tem que se inserir nele porque uma vez clareado o obscuro, ele perde
sua natureza. É do relato, do conteúdo e da forma que se cristaliza o objeto e
a mensagem é dada.
A
filosofia da história é a filosofia da história universal da contingência. Não é
uma história do desenvolvimento, uma história etapista. Não é uma não história
ou ahistória. É uma história que não se enxerga sobre o tempo predominante, mas
onde todos os tempos se sobrepõem e coexistem. Há outra história, mas é uma
mesma história sempre e que tem o peso de uma história que aconteceu.
Precisamos
pensar no agenciamento da linguagem com o devir, isso de fato precisa ser
elucidado. Precisamos pensar na história das contingências como um ensinamento,
como a história. O projeto de Deleuze e Guattari é amplo, extenso em sua
intensidade e complexo, senão que irrestrito. Fomos seduzidos ou passaremos
para o próximo?
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* despedida da filó em 2015 bem econômica. base da argumentação fornecida por Vladimir Safatle a respeito de Capitalismo e Esquizofrenia.
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