O homem se viu racional e concluiu que pela razão não haveria
dúvidas, que por ela encontraria a verdade. De posse da razão, o homem cindiu
sua relação com a natureza porque a razão nega o movimento do mundo [real] buscando o seu movimento [ideal] (ou estatismo, como se queira). O homem
utilizaria a razão, então, para forjar um acordo coletivo, um meio universal de
coletividade que, abarcando a todos, suprime a todos. O homem racional cria um
Deus racional, à sua imagem e semelhança, porém com todos os atributos
infinitamente perfeitos. Assim, o homem racional se vê como resultado de um
erro e, fazendo da terra um Vale de Lágrimas, se conforma, se conforta. No
movimento cindido, o homem se resigna. Resignado, não realiza a dialética
trágica, o conflito vida-mundo, homem-natureza, ser-não ser. A vida positiva é
um movimento contraditório e um conflito do homem com o mundo, mas ele fica
sufocado pelos limites da razão que tudo poderia saber. O homem é conflito e
ação e não enganação recalcada. O homem é uma vontade interior, individual.
Vontade de potência que supera a vida uniforme do rebanho, vida domesticada
pelo racionalismo. O homem criou valores que ocultam suas paixões, mas, não se tocou que a força
viria da busca da verdade que está escondida no interior de cada um e provavelmente
não se realizará. O verdadeiro conflito é buscar negando-se, negar fazendo.
____________* Reflexões a partir de uma primeira leitura não estruturada do prólogo de Vontade de Potência, Friedrich Nietzsche.
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