O
progresso tecnológico nos colocou em contato com o mundo e o mundo nos oferece
muito. Há tantas mensagens que nos chegam, notícias, informações, vídeos,
fotos, histórias e estórias. Nesse turbilhão estamos, nesse turbilhão ficamos.
Hoje chegam facilmente até nós, basta um clique, um toque e, assim, gera-se uma
interferência alheia. Sempre é tempo de ver um algo mais, curtir uma novidade.
Há um bombardeio externo e, como que se quiséssemos nos defender, ou nos
precaver, nos resignamos a ele e participamos dele. O bombardeio mistura:
pessoal, profissional, político, cultural, religioso, ético. Mistura lazer,
estudo, diversão, família, cachorro, gato e papagaio. Mistura problemas e
soluções. Mistura pensar e fazer ou calar e dormir. Mistura tanta coisa...
Tudo
isso junto e misturado, o que nos resta? Há sempre um som chamando a nossa
atenção, há sempre um passo a ser dado. Mas para onde? Sem dúvida, hoje nos
informamos mais do que nunca (e não consideramos aqui o valor ou qualidade
desta informação), sem dúvida muito produzimos. E muito consumimos. Há uma
troca intensa, um constante ir e vir nos movendo. Mais ou menos tentamos
conduzir o processo, mas muito mais estamos por ele determinados e muito menos
dele discordamos. Não há tempo para pensar. Se for assim, o que fazer? Como
lutar contra tudo e contra todos?
Na
maioria das vezes tentamos: ou não nos atrever a uma atitude contrária tamanha a
dificuldade e maior ainda a preguiça dela oriunda ou nos punir, colocar a culpa
em nós mesmos ou achar um culpado. É difícil achar uma luz no fim do túnel
porque estamos sufocados: sem tempo, sem energia, sem criatividade. E assim
vamos sobrevivendo, empurrando os dias, fazendo o que dá, como dá.
Mas
não pode ser só isso, não deve ser só isso. É preciso um algo mais. Mais de si para
si. Mais de mim para mim. Reflete-se? Computam-se perdas e ganhos? Eu aqui,
agora. O que fiz hoje? E ontem? O que comi, o que bebi? Onde fui, o que falei,
onde errei? Onde acertei? O que eu mudaria agora em mim? E nos outros? E no
mundo? Existe um problema agora? Existem muitos problemas? Existe alguma
solução? O que buscamos? O que queremos? De onde viemos e para onde vamos? De
fato eu preciso fazer? Ou não fazer algo é o melhor fazer? Eu preciso escrever
algo? Para que? Para quem? Minha opinião vale algo para minha família ou para
meus amigos? Alguém me escuta? Eu me escuto? É melhor eu me escutar ou alguém
me escutar?
Talvez
um minuto de silêncio traga algumas respostas. E novas perguntas. Por que não?
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