É muito comum uma tese dos ateístas de que Deus é um produto do homem. Nós teríamos criado Deus para nossa própria redenção, dando sentido e objetividade à fragilidade de nossa vida. Por outro lado, não explicamos Deus. A própria filosofia já se aventurou por essas terras desconhecidas: Aristóteles inventou a metafísica e Kant a sepultou. Se a metafísica nasceu como filosofia primeira, que trataria das coisas que viriam primeiro (como relação de causa e efeito) ou das coisas mais importantes, para além da física, Kant nos mostrou que ela estaria no nível da coisa em si, coisas que não podem ser acessadas por nós no domínio do conhecimento. Até haveria espaço para especulação, mas não haveria confirmação prática. Todo esforço antigo, medieval e moderno, não iluminou as profundezas do além secular, e Kant atestou: deixemos para a fé. De um lado, conjecturas e crenças, de outro, explicação racional ou vida sem explicação.
Mas, poderíamos nos abster de explicação? Muito difícil. Em nossos mais profundos devaneios nos perguntamos sobre a origem disso tudo. E a tese dos ateístas é uma falácia porque tudo que temos é inventado, toda a ciência e conhecimento humano é inventado, essa argumentação é circular e cai em petição de princípio porque a tese é inventada ela mesma. Não há conhecimento no domínio do homem que não provenha do próprio homem. E, se há algo exterior ao homem, esse algo só pode ser admitido e não explicado. Assim, admitimos que não há explicação racional, somente fé.
Nenhum comentário:
Postar um comentário