Pseudo manifesto sobre o viver[i]
É notável o esforço filosófico e sua
contribuição nas mais diversas áreas. A filosofia se desloca pelos temas e traz
reflexão. Ocorre que, aparentemente, a filosofia é muita subjetiva e pouco
colaborativa. Um fruto daqui é colhido ali, há o edifício, porém dentro dele,
os imóveis são de um morador. Ora, não podemos imaginar que há uma irrupção do espírito
absoluto em uma mente, então, há dogma. Por mais rebelde que uma filosofia
possa ser, seu dono nela acredita fazendo com que uma digressão vire dogma.
Contudo, podemos viver sem ele(s)?
Precisamos pesquisar se há uma teoria
filosófica livre de dogmas. Teoria e dogma dificilmente andam separados. Mesmo uma
teoria com base empírica revela leis sub-reptícias. E uma teoria “quer” se
estabelecer sendo que, para isso, o dogma é seu aliado. Entretanto, vemos
cristalinamente as mais pujantes teorias se esvaírem. Dia-após-dia. E aqui convém
ressaltar um ponto fundamental: não queremos negar a utilidade de uma teoria,
há teorias de enorme aplicação prática. Queremos negar seu produto: o dogma. Ou
sua base.
Isso posto, há sentido em uma vida sem
dogmas? A resposta não é simples e ela envolve não somente considerações teóricas,
mas também os impactos no viver, no bem viver. E não parece que uma bandeira de
vida possa ser destrutiva. Não aventamos um não dogmatismo ou antidogmatismo.
Importa passar os dogmas em revista. Importa viver praticamente, respirar. Comer,
dormir e acordar da melhor maneira dentro das possibilidades que, em constante
mudança, se apresentam. MUDAR. Mudar é uma postura que leva o cãozinho dogma
consigo. Ele cai na mudança. Ele morre? Não sabemos, mas tentaremos sobreviver.
[i] Escrito depois de umas e outras, dia primeiro de maio de 2024, às 00h18.
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