terça-feira, 9 de abril de 2024

Filosofia e busca da verdade

Mostra que o interesse filosófico é pela busca da verdade, mas aí há três atitudes[i]

Plínio nos apresenta o recorte histórico que Sexto Empírico faz do empirismo antigo, chamado de pirronismo. Segundo ele, o ceticismo pirrônico faz uma distinção geral entre as filosofias, de maneira diferente do que estamos acostumados com a divisão das doutrinas entre platonismo, filosofia cartesiana, filosofia kantiana e por aí vai. Para o cético, essa distinção seria mais específica e cada uma delas poderia ser enquadrada em conjuntos de crenças que disputam entre si para saber qual é a verdadeira.

Entretanto, há filosofias com pensamento divergente, sejam elas as provenientes dos acadêmicos[ii] e o ceticismo. Para os primeiros, como não é possível conhecer a verdade, eles não se filiam a uma doutrina, ao passo que os dogmáticos o fazem ao dizer como as coisas são na realidade. Para os acadêmicos, se é impossível conhecer, não há uma tese. Por fim, o cético não pende para nenhum lado já que está sempre procurando a verdade e não a considera algo impossível de ser encontrado. É tipicamente uma filosofia investigativa.

Mas é importante reconhecer, segundo ele, que todo filósofo em algum momento faz uma investigação para tentar descobrir o que é a verdade, sendo essa a característica mais geral da filosofia. O que distingue cada um é o resultado dessa busca, mas todos passam por essa etapa inicial de investigação quando se debruçam sobre o estudo filosófico. É a filosofia como atividade, conforme enfatiza Plínio.

E é sobre a filosofia cética que falará Sexto Empírico[iii], dividindo-a em um discurso geral que descreve o ceticismo e uma discussão que combate o dogmatismo e a filosofia acadêmica. Sexto Empírico exporá os conceitos gerais do ceticismo e os modos de suspensão do juízo que definem a atitude cética e que são retomados dos acadêmicos. São os dez modos de Enesidemo[iv], os cinco modos de Agripa e os dois modos dos novos céticos. Nos dez modos e nos seguintes, não se fala sobre como as coisas são, mas como aparecem para nós, eles mesmos mais gerais; depois suspende-se o juízo sobre a lógica, a física e a ética.

Na continuação, de acordo com Plínio, ele falará das expressões céticas, por exemplo, “eu suspendo o juízo”, que permitem evitar falar das coisas em si mesmas, de sua natureza e nem dizendo que é impossível conhecê-las. O discurso sobre os objetos investigados nada afirma ou nega, sem se comprometer com eles. Essa apresentação é uma visão positiva do que é o ceticismo, posteriormente ele tratará dos seus limites externos e de filosofias próximas e como o diferenciar seja de Heráclito, Demócrito ou Protágoras, finalizando com a escola empirista.

E, assim, iniciamos um novo passeio pelo labirinto filosófico! 😊



[i] Um fichamento de https://youtu.be/O-lw68J-AqQ, Plínio Junqueira Smith sobre Sexto Empírico 1: Os tipos mais gerais de filosofias. Acessado em 9 de abril de 2024.

[ii] Na fase de Arcesilau.

[iii] Em Esboços Pirrônicos.

[iv] Rompe com a Academia e remete a Pirro. 

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