quarta-feira, 12 de fevereiro de 2020

Preliminares da teoria da identidade

A teoria de identidade lida com um ponto importante, a saber, se a identidade se refere a um objeto ou dois, embora no mundo da vida (mundo sensível, etc.) essa identidade não exista. E é exatamente nesse ponto que a identidade se reduz, já que é uma identidade conceitual e, como tal, transforma dois objetos em um terceiro, inexistente, abstrato.
A filosofia é uma ciência estabelecida, ela é milenar. Conceitos não são criados ex nihilo. Só se pode discorrer sobre um assunto filosófico a partir de um embasamento teórico, senão tergiversa-se. Entretanto, a vida é feita de aventuras e também de preliminares. Preliminares são opostos de prolegômenos. Preliminares são tentativas, tateios. Se a filosofia parte do pressuposto do constructo humano histórico, isso não significa que eventualmente não se possa ousar.
Pois bem, a identidade que nos referíamos é a teoria da identidade na filosofia da mente. Obviamente, uma introdução ao assunto, investigação dos principais pontos e objeções será feita, porém depois. Agora basta dizer: se há identidade entre mente e cérebro, a relação é idêntica no cérebro, idêntica na mente ou idêntica no conceito em si?
A mim parece que a identidade mente-cérebro é um conceito abstrato, ou seja, ela é uma negação de ambos em si, separados. É claro que o cérebro existe e podemos tocá-lo, objetivamente. Não menos claro é a dificuldade em se conceituar a mente e seu caráter subjetivo. Tais características adicionam mais um ponto de obscuridade na identidade: o fato da identidade se referir a entidades tão díspares.
Dito isto, acrescentamos que o atual estágio das pesquisas em filosofia da mente deixa muito em aberto os diferentes pontos de vista e valoriza o debate, a divergência. E talvez ainda seja longo o seu caminho para trilhar a via segura da ciência e promover a sobressalência de alguma teoria que seja referência e norte.

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