A
teoria de identidade lida com um ponto importante, a saber, se a identidade se
refere a um objeto ou dois, embora no mundo da vida (mundo sensível, etc.) essa
identidade não exista. E é exatamente nesse ponto que a identidade se reduz, já
que é uma identidade conceitual e, como tal, transforma dois objetos em um
terceiro, inexistente, abstrato.
A
filosofia é uma ciência estabelecida, ela é milenar. Conceitos não são criados ex nihilo. Só se pode discorrer sobre um
assunto filosófico a partir de um embasamento teórico, senão tergiversa-se.
Entretanto, a vida é feita de aventuras e também de preliminares. Preliminares
são opostos de prolegômenos. Preliminares são tentativas, tateios. Se a
filosofia parte do pressuposto do constructo humano histórico, isso não
significa que eventualmente não se possa ousar.
Pois
bem, a identidade que nos referíamos é a teoria da identidade na filosofia da
mente. Obviamente, uma introdução ao assunto, investigação dos principais pontos
e objeções será feita, porém depois. Agora basta dizer: se há identidade entre
mente e cérebro, a relação é idêntica no cérebro, idêntica na mente ou idêntica
no conceito em si?
A
mim parece que a identidade mente-cérebro é um conceito abstrato, ou seja, ela
é uma negação de ambos em si, separados. É claro que o cérebro existe e podemos
tocá-lo, objetivamente. Não menos claro é a dificuldade em se conceituar a
mente e seu caráter subjetivo. Tais características adicionam mais um ponto de obscuridade
na identidade: o fato da identidade se referir a entidades tão díspares.
Dito
isto, acrescentamos que o atual estágio das pesquisas em filosofia da mente
deixa muito em aberto os diferentes pontos de vista e valoriza o debate, a divergência.
E talvez ainda seja longo o seu caminho para trilhar a via segura da ciência
e promover a sobressalência de alguma teoria que seja referência e
norte.
Uma crítica à filosofia da mente
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