Eu
queria pensar em um princípio que norteasse nossas escolhas políticas ou, pelo
menos, a maneira como opinamos, senão que indicasse como formulamos pensamentos muito formais
e potencialmente transformadores. Vivemos sob grande sombra do estado
artificial. Mais do que nunca, somos modernos. Um dia nos agrupamos e nos
associamos e não importa agora sabermos o porque. Faz tanto tempo! De fato,
sempre há um poder que de algum modo se estabelece. Eu queria achar uma fórmula
base para tal desenvolvimento. Marx pensou historicamente uma luta pela propriedade.
Para ele há um valor. Eu queria concordar com ele e buscar um valor também.
Afinal não pensamos sempre e opinamos fundamentados em um valor?
Mas
essa minha tentativa só revela o quão dogmático eu sou por acreditar que há um
alguém ou muitos por trás disso tudo. Então, me lembro de que Sartre arrochou
esse eu, esse que queria isso e aquilo: lançou-o para o mundo. Não há esse eu
por detrás das ações, simplesmente somos atraídos pelo mundo, o primeiro estalo
é intencional e irrefletido. Não há valor aí, somos apenas reflexos quase sempre mal
condicionados. O agir é estupidamente livre e essa é a nossa responsabilidade:
fica difícil teorizar sobre formas de verdade e encontrar saídas. Mas tudo isso
parece muito sentimental. A ação deve se estabelecer um pouco mais acima.
Precisamos
entender como funcionaria uma política sem sujeito. Faz tanto tempo que esse eu
vem perdendo espaço, mas a sua síntese ainda ecoa nessas reflexões. Minha
revolução copernicana é expulsar esse eu da política, dissolvê-lo para poder
pensar. Soa paradoxal, mas me parece um caminho.
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