O
nosso erro é o que nos diferencia, a saber, nossa espécie. Nossa maior virtude é
o nosso maior erro porque, sendo racionais, nós racionalizamos tudo e aí planejamos
a nossa existência. Entretanto, “racionalizar tudo” é fazer um suco de
resultados, digo, espremer tudo o que é possível para que se chegue a uma
produção.
Falamos
disso reiteradas vezes e, devido a isso, nos tornamos chatos. Mas é impossível
dissociar, atualmente, qualquer ação de algo que não seja produção. A partir do
momento em que nossa ação dependa de insumos naturais e, também, nossa existência,
a extração dos mesmos e seu provável esgotamento não entram exatamente nas
contas.
É
isso e não é por isso que somos menos “humanos”. Ser humano é só ser um bicho
mais escroto. Aquela barata, noves fora umas antenas e um barrigão, é ser que
vive. Vivência sem pensar é vivência. Vivência pensando é subtração. Porque um
ser irracional vive para o momento e nós, seres racionais, vivemos sempre
subtraindo algo de alguém, qual seja, planejando.
Contudo,
não chegaríamos até aqui sem essa índole. De posse da racionalidade erguemos um
império: já fomos à lua, já há robôs em Marte. Estamos engatinhando. É tão
promissor... É tão... Então, é sempre ir além, é ciência. É uma prova do que
somos, de nosso potencial. Um potencial exatamente apropriador.
E
nem tudo é negativo. A curiosidade parece ser inata a qualquer coisa que se
mova, porque, movendo-se vai daqui para lá, de lá para cá, fuça, tenta. Então nós
vamos seguindo procurando algo, e não só procurando per se, mas procurando
e catalogando, planejando e procurando, procurando e produzindo. E, nos
apropriando.
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