terça-feira, 30 de dezembro de 2014

A questão não é que o real seja impossível, mas que o impossível é real*

  Por que é tão difícil realizar certas coisas? Vivemos de projetos e promessas que nos movem, nos absorvem, mas que, às vezes, não se realizam. A realidade assusta e dificilmente conseguimos encará-la. Porque, para encarar a realidade, precisamos romper com o discurso. E o discurso é tão bom...

  Vivemos de inventar projetos e não de realizar projetos porque o mundo é muito grande e impossível de se abarcar. Quando, por ventura, um projeto de alguma forma se concretiza, ele se soma ao mundo e nos é subtraído. Nesse momento, esse projeto não é mais nosso: é do mundo. Entretanto,  Žižek nos diz que o real não é impossível, mas o impossível é real. Ou seja, o impossível é um subconjunto do real. De que tamanho?

  Como saber que não estamos pisando no terreno impossível do real? Não há como saber por causa dessa dicotomia entre eles. Mas, isso não significa uma inação, significa que mais do que nunca é preciso lutar para superar o desafio da realização.

  Porque, conforme Žižek, o real PODE acontecer, e isso deve nos manter firmes na luta, no sentido de uma emancipação.

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* Arriscar o Impossível - Conversas com Zizek - Col. Dialética, pg 89

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