Notas sobre a introdução do tratado de Berkeley. Aqui
vemos que o bispo tem uma ideia fixa contra a ideia abstrata[i]
1. A filosofia busca a verdade para evitar
que os erros dos sentidos nos levem ao ceticismo.
2. Há imperfeição em nosso conhecer.
3. O problema pode ser o mau uso das nossas faculdades.
4. Inquirir princípios do conhecimento
humano.
5. Difícil tarefa.
6. Problema com abuso da linguagem, noção de
ideia abstrata, objeto da Lógica e Metafísica.
7. Tomar ideias por abstração (extensão, cor,
movimento).
8. Ideia de algo em abstrato (ideia abstrata
de movimento).
9. Não é fácil conceber ideias de coisas sem
propriedades particulares.
10. Dois sentidos de abstração: considerar
partes que podem existir separadas e não conceber qualidades que é impossível
encontrar separadas.
11. Locke: o que distingue homens de animais é
nossa capacidade de formar ideias gerais porque usamos palavras, pela
linguagem. Palavras que são gerais por significarem ideias gerais, mas o sinal
não é de uma ideia geral abstrata, mas de muitas ideias particulares.
12. Generalidade de uma ideia particular; tornar
geral: não que exista ideia geral abstrata.
13. Locke: dificuldade em formar ideia
abstrata. Berkeley: examinar se as encontramos em nosso próprio pensamento.
14. Ideias abstratas são desnecessárias a
comunicação, que é simples.
15. Mesmo a universalidade: na demonstração,
usam-se particulares.
16. Para demonstrar não preciso da ideia
abstrata, mas generalizar.
17. Os escolásticos, grandes mestres da abstração,
nos legaram disputas e controvérsias. “Mas talvez isso possa findar pela
revisão de falsos princípios adotados no mundo; e entre eles nenhum talvez exerceu
(sic) maior império no pensamento especulativo do que o das ideias gerais
abstratas.” (p. 15).
18. A linguagem é a fonte dessa noção
privilegiada onde um nome geral é significado por uma ideia abstrata de uma
coisa particular. Mas confunde-se a improvável representação com a sugerida
definição.
19. Supõe-se que a linguagem só tem por fim
comunicar ideias, isto é, palavras significativamente e o que envolve noções
abstratas.
20. Há outros fins para a linguagem que usam
nomes gerais sem formar ideias (emoções, paixões, promessas). Ocorre que nem
mesmo nomes próprios chamam a atenção para os indivíduos desejados ("Aristóteles disse isso").
21. Dada a impossibilidade das ideias
abstratas devemos usar as palavras para empregar ideias puras e simples.
22. Vantagens: 1.) evitar controvérsias, 2.) evitar
ideias abstratas e 3.) limitar pensamento a ideias despidas de palavras para
não nos enganarmos.
23. Citação: “obter essa vantagem pressupõe
libertação completa da falácia de palavras” (p. 17), embora seja difícil quebrar
união entre palavras e ideias.
24. Se só temos ideias particulares é em vão
buscarmos ideias abstratas associadas a um nome, os nomes nem sempre significam
ideias.
25. Libertar os primeiros princípios do
conhecimento da confusão das palavras.
[i] BERKELEY, George. Tratado sobre os princípios do conhecimento humano. Trad. Antonio Sérgio. São Paulo: Abril Cultural, 1973. (Coleção Os Pensadores). O tema foi muito bem explorado por Hacking e resumimos nesse texto: https://www.reflexoesdofilosofo.blog.br/2024/01/as-abstracoes-do-bispo-berkeley.html.
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