sábado, 28 de junho de 2025

Introdução ao tratado sobre os princípios do conhecimento humano

Notas sobre a introdução do tratado de Berkeley. Aqui vemos que o bispo tem uma ideia fixa contra a ideia abstrata[i]

1. A filosofia busca a verdade para evitar que os erros dos sentidos nos levem ao ceticismo.

2. Há imperfeição em nosso conhecer.

3. O problema pode ser o mau uso das nossas faculdades.

4. Inquirir princípios do conhecimento humano.

5. Difícil tarefa.

6. Problema com abuso da linguagem, noção de ideia abstrata, objeto da Lógica e Metafísica.

7. Tomar ideias por abstração (extensão, cor, movimento).

8. Ideia de algo em abstrato (ideia abstrata de movimento).

9. Não é fácil conceber ideias de coisas sem propriedades particulares.

10. Dois sentidos de abstração: considerar partes que podem existir separadas e não conceber qualidades que é impossível encontrar separadas.

11. Locke: o que distingue homens de animais é nossa capacidade de formar ideias gerais porque usamos palavras, pela linguagem. Palavras que são gerais por significarem ideias gerais, mas o sinal não é de uma ideia geral abstrata, mas de muitas ideias particulares.

12. Generalidade de uma ideia particular; tornar geral: não que exista ideia geral abstrata.

13. Locke: dificuldade em formar ideia abstrata. Berkeley: examinar se as encontramos em nosso próprio pensamento.

14. Ideias abstratas são desnecessárias a comunicação, que é simples.

15. Mesmo a universalidade: na demonstração, usam-se particulares.

16. Para demonstrar não preciso da ideia abstrata, mas generalizar.

17. Os escolásticos, grandes mestres da abstração, nos legaram disputas e controvérsias. “Mas talvez isso possa findar pela revisão de falsos princípios adotados no mundo; e entre eles nenhum talvez exerceu (sic) maior império no pensamento especulativo do que o das ideias gerais abstratas.” (p. 15).

18. A linguagem é a fonte dessa noção privilegiada onde um nome geral é significado por uma ideia abstrata de uma coisa particular. Mas confunde-se a improvável representação com a sugerida definição.

19. Supõe-se que a linguagem só tem por fim comunicar ideias, isto é, palavras significativamente e o que envolve noções abstratas.

20. Há outros fins para a linguagem que usam nomes gerais sem formar ideias (emoções, paixões, promessas). Ocorre que nem mesmo nomes próprios chamam a atenção para os indivíduos desejados ("Aristóteles disse isso").

21. Dada a impossibilidade das ideias abstratas devemos usar as palavras para empregar ideias puras e simples.

22. Vantagens: 1.) evitar controvérsias, 2.) evitar ideias abstratas e 3.) limitar pensamento a ideias despidas de palavras para não nos enganarmos.

23. Citação: “obter essa vantagem pressupõe libertação completa da falácia de palavras” (p. 17), embora seja difícil quebrar união entre palavras e ideias.

24. Se só temos ideias particulares é em vão buscarmos ideias abstratas associadas a um nome, os nomes nem sempre significam ideias.

25. Libertar os primeiros princípios do conhecimento da confusão das palavras.



[i] BERKELEY, George. Tratado sobre os princípios do conhecimento humano. Trad. Antonio Sérgio. São Paulo: Abril Cultural, 1973. (Coleção Os Pensadores). O tema foi muito bem explorado por Hacking e resumimos nesse texto: https://www.reflexoesdofilosofo.blog.br/2024/01/as-abstracoes-do-bispo-berkeley.html. 

O documento aborda a introdução do tratado de George Berkeley sobre os princípios do conhecimento humano. Berkeley critica a ideia de abstração, argumentando que é difícil conceber ideias de coisas sem propriedades particulares. Ele discute a imperfeição do nosso conhecimento e o mau uso das nossas faculdades. Berkeley também examina a noção de ideias abstratas e como elas são desnecessárias para a comunicação. Ele sugere que a linguagem é a fonte dessa noção privilegiada e que devemos usar palavras para empregar ideias puras e simples, evitando controvérsias e limitações do pensamento.

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