Passa de forma rápida por aspectos da mente em
Schopenhauer, James, Freud e Husserl de modo a marcar alguns pontos, apenas[i]
Sobre Schopenhauer, Vitor pontua a
vontade como lei fundamental da realidade, algo metafísico. Nesse sentido, a
realidade não é racional, embora tenhamos a capacidade intelectual de abstrair
por conceitos, coisa que os animais não têm, por uma liberdade de criar
conceitos e deliberar. Já o corpo é pura vontade, mas ele não é um dualista
pois não considera que há sobrevivência após a morte. Ora, ao morrer os átomos
continuarão a existir, mas compondo outras coisas e não como vontade mais.
James é considerado um
dos pais da psicologia e dele Vitor destaca a sua teoria das emoções, um
contrassenso porque elas viriam depois dos estímulos. Se, pelo senso comum, um
estímulo causa uma reação como em: 1.) Vejo urso, 2.) sinto medo, 3.) tremo e 4.)
corro, para James um estímulo gera mudança corporal e pela percepção dessa
alteração física temos emoção. A fórmula fica assim: 1.) vejo urso, 2.) tremo,
3.) corro e 4.) sinto medo. Há primazia do corpo, temos medo porque trememos e
as emoções não são estados mentais isolados, James propõe uma experiência
integrada. Vitor ainda cita Blaise Pascal: você quer ter fé? Vá a igreja
durante uns meses e terá. Mental e corporal se relacionam assim: a mudança de
uma crença ocorre pela mudança do hábito.
* * *
* * *
No caso de Freud e Husserl, há uma
redefinição do que é do âmbito do mental e a intencionalidade surge como relação
indissociável entre mente e mundo.
Freud postula a
fragmentação da mente entre consciente e inconsciente. Inconsciente, nesse
caso, não se confunde com algo que não é dado à consciência nesse momento, ou
seja, algo consciente. Vitor lembra que Aristóteles já tinha tratado de uma
primeira atualidade, isto é, algo inconsciente que trazemos a baila e a segunda
atualidade, que é o consciente[ii]. Já o inconsciente
freudiano é fugidio, ele escapa, mas ele comanda as ações e a consciência.
Ocorre que, na clínica, Freud tinha muitas
dúvidas a respeito de sintomas dos pacientes sem causa aparente, nem psíquica e
nem física. Mas, de onde isso vinha? Do inconsciente. Ora, eles agiam de forma
inconsciente e para chegar a ele, Freud usava de relatos de sonhos, atos falhos
e sintomas neuróticos.
Então, ele elabora determinadas categorias
para localizar determinados comandos que tem ações na realidade: id, sempre
inconsciente e ego e superego que podem ser conscientes ou inconscientes. O
primeiro é nossa parte animal, representar a pulsão e prazeres, não seguindo
princípios lógicos. Já o ego é a parte que tem contato com a realidade, do
âmbito do possível e gerencia o id. O superego é a voz da consciência, que
julga e pune o ego.
Por fim, ressalta Vitor, Anthony Kenny
compara a divisão freudiana com a platônica, id herdeiro do apetite e o ego do
racional. O superego seria a parte impulsiva, mas remetendo à divisão da
república, onde a parte impulsiva é representada pelos soldados da cidade.
Mudando de tópico, lembremos que a
fenomenologia tenta descrever a estrutura da experiência consciente tal como
ela é vivida. Intencionalidade é a característica principal da consciência de
sempre se dirigir para fora de si. Então não ficamos resguardados no cogito,
como Descartes, mas há uma mistura da mente com o mundo, não de uma perspectiva
dualista. Mas, se a ciência freudiana era impulsionada pela observação
empírica, a ciência que Husserl pleiteia é de um discurso que fala sobre a
realidade a partir de juízos universais e necessários, sobre a consciência.
A fenomenologia suspende o juízo sobre a
realidade e investiga as estruturas da mente, de como ela opera intencionalmente.
Visa compreender como captamos o mundo, o percebemos e o imaginamos.
[i] São temas trazidos por Victor Lima (https://www.youtube.com/istonaoefilosofia), mas que não temos visto com mais destaque na literatura da mente.
[ii] Capacidade de falar uma língua:
primeira atualidade; falar uma língua: segunda atualidade.
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