Já pregoou Hobbes que o homem é o lobo do homem[i] e, então, só nos resta sermos mediados por leis, instituições ou outro tipo de ordenamento ou abstração responsável. Ou não? Bem, o caso político no Brasil é exemplar e repetitivo: ante a luta entre vizinhos, vale a luta entre partidos, etc. Ou seja, sair da esfera privada em busca da esfera pública.
Porém,
a mediação não deve ser fantasiosa, como no caso do homem que busca prazer com
a travesti imaginando que é uma mulher. Não, não é (e nada contra), mas a aparência
feminina da travesti é a mediação que faltava para que a relação entre o homem
e a ela pudesse acontecer.
Já
em um âmbito individual, há casos de mediação tanto na vida pessoal como
profissional e é quando nos tornamos atores da mediação, aquele que traduz uma
informação de um estado a outro [supostamente] mais promissor ou mesmo quando há
uma indução e, nesse caso, a mediação funciona, a priori, como filtro, mas pode
tender a uma censura ou autoritarismo. No primeiro caso, é uma mediação parcial
(ou falsa mediação) e, no segundo, uma não mediação.
Isso
posto, fica a pergunta se tal mediação deve ser anulada ou apagada. Em muitos
casos, podem ser apresentadas situações em que o contato imediato pode ser mais
vantajoso, transparente e significar potencialização de oportunidades. Relações
não mediadas também podem gerar choques que sublinhem pontos de vista que não
ficariam evidentes perante o crivo da mediação. Porém, são casos privados. Já
no público, a prudência é a mediação.
[i] Segundo Significados, https://www.significados.com.br/o-homem-e-o-lobo-do-homem/:
A frase original é da autoria do
dramaturgo romano Platus e faz parte de uma das suas peças. Em latim, esta
frase é traduzida como homo homini lupus.
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