Gostaria
de modelar uma forma convergente que é capaz de unir o diverso fazendo com que
cada parte apresente sinergia com a que lhe é subjacente. Essa convergência não
é um simples quebra-cabeças onde precisamos procurar as peças certas, muito
embora devamos encontrar um desenho ou um significado no final. A convergência propalada
é um ajuntamento desajeitado, mas eficiente, de “proto objetos” com funções específicas
e capazes de coexistir de modo que haja um ganho no todo, por mais que pequenas
perdas no entorno. Quando dois “proto objetos” se encontram, eles tendem a
manter as suas propriedades mais essenciais cedendo um pouco ou permitindo que se
formem ranhuras que não passam de um ajuste natural. Isso porque um proto
objeto por si só não subsiste.
Convergir
é agregar de tal maneira que o resultado desestimule o caminho inverso, embora
ele seja possível. Por isso a convergência deve selecionar os “proto objetos”
mais adequados para determinado lugar. Sim, não podemos falar de uma convergência
que não seja espacial e que busque na geometria uma das fórmulas de cálculo
de sua composição, levando em conta disposições aproximadas, porque não há perfeição
na convergência. Em nenhum momento deve ser buscada a convergência ideal, mas
ela se faz por ajustes em cada proto objeto e nas suas relações. Também não é necessário
que um proto objeto mantenha a sua posição inicial, se o que leva a uma reconfiguração
for a possibilidade de se extrair mais daquele proto objeto em seu novo
contexto e fazer com que ele potencialize a sua vizinhança.
Se
a convergência é essa forma que buscamos, ela não passa de uma abstração e um
discurso, porém, uma vez que ela se constitui, ela se transforma em um moto
contínuo. De fato, a convergência recém-criada acaba por se fazer necessária e,
não só não nos livramos dela, como a fomentamos. É nesse ponto que a convergência
vale mais que seus “proto objetos” e ela passa a depender de cada um deles. O proto
objeto se torna a chave do sucesso da convergência e, sendo unidade básica
dela, não se vangloria por isso. Cada proto objeto sabe que sua função é
convergir e a convergência sozinha é vazia. Nesse ponto, a convergência está
pronta para ser colocada à prova e cada proto objeto fará o que for possível para
mantê-la e se manter.
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