segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

Convergência

Gostaria de modelar uma forma convergente que é capaz de unir o diverso fazendo com que cada parte apresente sinergia com a que lhe é subjacente. Essa convergência não é um simples quebra-cabeças onde precisamos procurar as peças certas, muito embora devamos encontrar um desenho ou um significado no final. A convergência propalada é um ajuntamento desajeitado, mas eficiente, de “proto objetos” com funções específicas e capazes de coexistir de modo que haja um ganho no todo, por mais que pequenas perdas no entorno. Quando dois “proto objetos” se encontram, eles tendem a manter as suas propriedades mais essenciais cedendo um pouco ou permitindo que se formem ranhuras que não passam de um ajuste natural. Isso porque um proto objeto por si só não subsiste.
Convergir é agregar de tal maneira que o resultado desestimule o caminho inverso, embora ele seja possível. Por isso a convergência deve selecionar os “proto objetos” mais adequados para determinado lugar. Sim, não podemos falar de uma convergência que não seja espacial e que busque na geometria uma das fórmulas de cálculo de sua composição, levando em conta disposições aproximadas, porque não há perfeição na convergência. Em nenhum momento deve ser buscada a convergência ideal, mas ela se faz por ajustes em cada proto objeto e nas suas relações. Também não é necessário que um proto objeto mantenha a sua posição inicial, se o que leva a uma reconfiguração for a possibilidade de se extrair mais daquele proto objeto em seu novo contexto e fazer com que ele potencialize a sua vizinhança.
Se a convergência é essa forma que buscamos, ela não passa de uma abstração e um discurso, porém, uma vez que ela se constitui, ela se transforma em um moto contínuo. De fato, a convergência recém-criada acaba por se fazer necessária e, não só não nos livramos dela, como a fomentamos. É nesse ponto que a convergência vale mais que seus “proto objetos” e ela passa a depender de cada um deles. O proto objeto se torna a chave do sucesso da convergência e, sendo unidade básica dela, não se vangloria por isso. Cada proto objeto sabe que sua função é convergir e a convergência sozinha é vazia. Nesse ponto, a convergência está pronta para ser colocada à prova e cada proto objeto fará o que for possível para mantê-la e se manter.


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