Nossa
questão aqui é: basta viver ou é preciso fazer algo pelo mundo? Mais
precisamente: é preciso dar alguma contribuição política para algum tipo de formação
educacional ou de consciência? Nesse mundo “aparecemos” meio sem saber como e
nem porque, vamos vivendo como podemos, crescemos e quando nos damos conta há
uma vida em andamento: toda uma série de relacionamentos sociais, família,
esporte, trabalho, lazer, emoções, desejos, o peso psíquico e a condição física.
Tudo isso nos impõe compromissos e é a soma de todos esses fatores que
concorrem para nosso movimento e ação. Diz-se, então, que o ser humano é um ser
gregário e o pode ser na alegria e na tristeza, compartilhando sentimentos e
sofrimentos, mas abrindo a possibilidade de atuação política que pode se
confundir com necessidade.
Estamos
amarrados no viver: com a sociedade, mas sozinhos. Somos influenciados de
diversas formas e precisamos dar respostas o tempo todo. Com o mundo cada vez
mais interconectado e avançado tecnologicamente, a partir da quantidade de informações
e estímulos que recebemos, somos levados a responder de uma forma ou de outra,
mas quase sempre seguindo tendências e nos adequando ao padrão vigente e muitas
vezes nos calando. O tomo lá da cá, a roda da vida nos move e nas situações em
que somos colocados tentamos sair do outro lado da forma que der e evitando o
desgaste. É suficiente? Há mais a ser feito?
Fazer
algo pelo mundo, politicamente, procurar uma formação para si e para os outros
é acreditar que algo muda em nós e nos outros. É preciso acreditar que cada um
não é uma célula individual e fechada, uma mônada, mas que há abertura para
mudança, que a estrutura racional, psíquica e emocional individual sofre alteração
e se transforma. É preciso acreditar que cada um pode ser impactado e que sua
intencionalidade pode ser afetada em busca de novos motivos e ideal. É preciso
acreditar que a comunicação entre nós viabiliza essa mudança e que os ruídos externos
e que a capa protetora psicofísica não é suficiente o bastante para impedir esse
acesso.
Mas,
mais do que isso, é preciso colocar à disposição um arsenal ideológico que proponha
um algo melhor, em algum sentido. E que mais do que manter é melhor crescer e
que a mudança é benéfica. Sem nos valermos do conflito de ideias, sem partir
para uma verdadeira batalha de argumentos, não poderemos transformar algo e nem
sermos transformados. Sair da banalidade e do senso comum é tarefa árdua. A
busca pela educação, pela nossa formação deve ser constante e superar enxurrada
de aparências e descrenças.
Nenhum comentário:
Postar um comentário