quarta-feira, 10 de agosto de 2016

É preciso fazer algo pelo mundo?

Nossa questão aqui é: basta viver ou é preciso fazer algo pelo mundo? Mais precisamente: é preciso dar alguma contribuição política para algum tipo de formação educacional ou de consciência? Nesse mundo “aparecemos” meio sem saber como e nem porque, vamos vivendo como podemos, crescemos e quando nos damos conta há uma vida em andamento: toda uma série de relacionamentos sociais, família, esporte, trabalho, lazer, emoções, desejos, o peso psíquico e a condição física. Tudo isso nos impõe compromissos e é a soma de todos esses fatores que concorrem para nosso movimento e ação. Diz-se, então, que o ser humano é um ser gregário e o pode ser na alegria e na tristeza, compartilhando sentimentos e sofrimentos, mas abrindo a possibilidade de atuação política que pode se confundir com necessidade.
Estamos amarrados no viver: com a sociedade, mas sozinhos. Somos influenciados de diversas formas e precisamos dar respostas o tempo todo. Com o mundo cada vez mais interconectado e avançado tecnologicamente, a partir da quantidade de informações e estímulos que recebemos, somos levados a responder de uma forma ou de outra, mas quase sempre seguindo tendências e nos adequando ao padrão vigente e muitas vezes nos calando. O tomo lá da cá, a roda da vida nos move e nas situações em que somos colocados tentamos sair do outro lado da forma que der e evitando o desgaste. É suficiente? Há mais a ser feito?
Fazer algo pelo mundo, politicamente, procurar uma formação para si e para os outros é acreditar que algo muda em nós e nos outros. É preciso acreditar que cada um não é uma célula individual e fechada, uma mônada, mas que há abertura para mudança, que a estrutura racional, psíquica e emocional individual sofre alteração e se transforma. É preciso acreditar que cada um pode ser impactado e que sua intencionalidade pode ser afetada em busca de novos motivos e ideal. É preciso acreditar que a comunicação entre nós viabiliza essa mudança e que os ruídos externos e que a capa protetora psicofísica não é suficiente o bastante para impedir esse acesso.
Mas, mais do que isso, é preciso colocar à disposição um arsenal ideológico que proponha um algo melhor, em algum sentido. E que mais do que manter é melhor crescer e que a mudança é benéfica. Sem nos valermos do conflito de ideias, sem partir para uma verdadeira batalha de argumentos, não poderemos transformar algo e nem sermos transformados. Sair da banalidade e do senso comum é tarefa árdua. A busca pela educação, pela nossa formação deve ser constante e superar enxurrada de aparências e descrenças. 

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