quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Marx para jovens.

Qual seria o tema para uma boa aula introdutória de filosofia para o Ensino Médio? Poderíamos abordar os gregos, onde tudo começou? Tem assunto: os mais famosos Aristóteles, Platão (com diálogos bem interessantes e proveitosos) e Sócrates ou os marcantes: Parmênides e Heráclito e seus aforismos, dentre tantos outros. Ali ainda havia uma visão de mundo, digamos, mais romantizada. Damos um salto e poderíamos abordar em linhas gerais um dos dois expoentes da Igreja: Santo Agostinho ou São Tomás. O último, tarefa difícil. Isso sem falar no ceticismo que por aí perpassa, com Ockham, entre outros (assunto bem específico).

Mas eis que surge o modernismo e o método de Descartes, a utilidade de Bacon, a revolução copernicana, a monadologia leibziniana, o empirismo de Hume e.... Kant !! Que chega em Hegel !! Por aí há muitos... Há o iluminismo, Rousseau e seus discursos, a política de Hobbes. Tarefa interessante, mas difícil, seria falar um pouco da fenomenologia de Husserl e a crise das ciências, ou falar do positivismo, o círculo de Viena, o pragmatismo de Peirce. Do século passado, poderíamos abordar muita coisa: a teoria crítica, o existencialismo de Sartre, a filosofia da linguagem, etc.

As possibilidades são vastas e meu conhecimento escasso e superficial. Mas precisamos preparar uma aula para os jovens. E o que falar para eles? Como primeiro contato na filó, creio não ser interessante algo muito abstrato, teórico ou complexo demais. Nem específico e detalhado. Uma boa visão geral seria importante, mas também ideias que possam ser aplicadas, porque o jovem faz, por natureza. Ele é ativo. E o jovem contesta, também. Nesse sentido, por que não educar? Instruir e formar...

Daí Marx, porque questiona o sistema dado. Todo filósofo reflete sobre a realidade e propõe uma teoria. Mas Marx é mais concreto. E o sistema que ele questionou se perpetua até hoje e, vamos lá: cada vez mais forte. Nossa proposta é sentar junto com o jovem e aprender. Nossa proposta é estudar
Marx e o entender, entender o que for possível de sua filosofia (embora existam certas teses de que ele rejeita a filosofia). O materialismo histórico, a luta de classes, a ideologia de dominação, a alienação e a segunda natureza do trabalho, o fetichismo da mercadoria, as relações de produção e forças produtivas. Quanta coisa !!!

Vale a pena, para uma primeira tarefa, tratar da alienação: situação que ilude o sujeito de tal maneira e a tal ponto de transformá-lo em objeto do sistema. Sistema de mercadorias dotadas de valor, e o homem coisificado. Creio que promete...

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