Na
sua análise da crise da educação (1960), Hannah procura legitimar a
autoridade daquele que ensina. A criança que vem ao mundo é uma vida nova no
mundo (velho) e uma vida em formação.
Mas,
que mundo é esse? Um mundo que a criança não conhece. Um mundo que a ela
precisa ser apresentado, mas um mundo “perigoso”. A proteção é a casa, a
propriedade (até para os adultos).
Nesse
sentido, a criança precisa ser preservada do mundo. Dentro de casa, a vida em formação pode se desenvolver e
se conservar (não perecer). Mas é o adulto que traz a novidade do mundo lá de
fora para a criança. Hannah
argumenta que a crise da educação advém de uma mudança no comportamento da
sociedade, quando a autoridade passa a ser desconstruída e desconsiderada. Se
foi a autoridade que sempre orientou e guiou, ao relevá-la, se releva a sua
responsabilidade perante o mundo a ser por ela pilotado. Mas, ao abrir mão
dessa autoridade, a sociedade não a pegou para si – o homem não se
responsabiliza pelo mundo que está aí. E, como ficam nossas crianças? Sem a
autoridade, quem se responsabiliza pelo mundo?
A
escola tem esse papel: ponte para o mundo. É o professor quem apresenta o mundo
para a criança. É a sua autoridade que pode guiar os passos da criança, que, só
assim, protegida, se conserva e se desenvolve.
Mas a autoridade vale somente para a educação e para a criança !!! Entre adultos, autoridade é coerção, porque aí estamos no campo da política. A criança precisa ser resguardada da política porque não tem elementos cognitivos suficientes para tal. O homem deve enfrentar a situação política, livre da autoridade.
Autoridade: responsabilidade pela criança; coerção entre adultos.
Educação: conciliando o velho e o novo - o homem sempre é velho no mundo velho; a criança é nova no mundo novo-para-ela, velho-para-o-homem, precisa ser conservada para se desenvolver.
Fale Hannah:
Fale Hannah:
• A educação não pode
desempenhar papel na política, porque na política lidamos com os que já estão educados. Educar adultos é coerção.
• O que quer que o mundo
adulto proponha de novo às crianças é mais velho do que elas mesmas. Cada
geração se transforma no antigo: preparar uma nova geração para um mundo novo
equivale a arrancar-lhes a oportunidade face ao novo.
• Velho mundo:
admirável, mas não encontrou a solução.
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