O
boom da internet é o boom da comunicação e o giro da informação. Por mais
disputado que seja o espaço da rede, por mais capitalizado e capitalista, a internet
é quase a nossa vida real. Ela faz com que o virtual seja tomado como real.
Estando em casa, fechados, estamos no mundo. Se assim era com a TV, as mídias sociais
acrescentam a interatividade e a possibilidade de posicionamento de cada um.
Embora não haja qualquer garantia de neutralidade na rede e nos algoritmos,
ainda assim o espaço parece mais democrático quando comparado com a mídia tradicional,
que também ocupa essa nova plataforma.
De
todo modo, se expor é, ao que parece, escolha individual. Porque há a internet
como fim, somente para consumo de informações, mas há a internet como meio (de
troca): escolhe-se não ser um alguém (lá) ou ser um alguém identificado, ambos
consumindo. Mas o fato de se expor, se por um lado pode criar um conflito entre
o privado e o público, por outro lado permite a associação de pessoas e ideias.
Mais do que isso, permite o surgimento de lideranças e o compartilhamento –
palavra chave em nosso tempo.
Dito
isso, o que podemos constatar, pelos dois canais que apreciamos (Twitter e
Youtube), é uma proliferação plural progressista. Uma proliferação pode não ser
plural, por exemplo, uma proliferação de bactérias ou uma metástase. Já uma proliferação
plural é muito abrangente, pois não filtra. Especificamente a proliferação plural
progressista é a proliferação de ideias plurais dentro do campo de pensamento e
atuação progressista. Isso não quer dizer que tal campo é 100% idôneo, sincero
ou neutro, pelo contrário, é o viés que o classifica. A proliferação plural
progressista (PPP), permite um contato direto entre os frequentadores do meio
digital, sem interferência patronal ou editorial com censura velada. Permite a
escolha.
Por
exemplo, muitos de nós nos informamos pelos sites de notícias. Porém, qual critério
é usado por eles? O UOL, por exemplo, de quanto em quanto tempo atualiza as
manchetes de sua página principal? Quanto tempo ele deixa uma manchete e/ou imagem no topo de seu site e por quê? Que tipo de notícia é por eles escolhida e com que base de análise? Os
colunistas, com qual critério são contratados? A Rede Globo, que ataca na
TV, rádio, internet, etc., ao que se sabe não permite posicionamento político
de seus empregados. Ou permite dependendo do viés? A que interesses servem UOL
e Rede Globo, dentre outros? É interessante para nós sermos informados dessa maneira absolutamente
passiva e manipulada?
A
PPP, por lado, é o fluxo intenso do ir e vir de ideias, fatos e streaming. Com posicionamento livre e autônomo a PPP é arma de resistência. Por ela desfilam colunistas, jornalistas, comentaristas e, em seus programas e nas suas comunicações, passam as mais variadas personalidades e intelectuais dos mais diversos campos e que expõem seus pontos de vista e conhecimentos densamente. Nesse momento de crise e dúvidas a PPP pode e deve ser usada para nos iluminar ou, ao menos, indicar caminhos divergentes da opinião pública aceita como "oficial". E, quem sabe promover uma nova transformação social e democrática.
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