sexta-feira, 20 de abril de 2018

Proliferação plural progressista

O boom da internet é o boom da comunicação e o giro da informação. Por mais disputado que seja o espaço da rede, por mais capitalizado e capitalista, a internet é quase a nossa vida real. Ela faz com que o virtual seja tomado como real. Estando em casa, fechados, estamos no mundo. Se assim era com a TV, as mídias sociais acrescentam a interatividade e a possibilidade de posicionamento de cada um. Embora não haja qualquer garantia de neutralidade na rede e nos algoritmos, ainda assim o espaço parece mais democrático quando comparado com a mídia tradicional, que também ocupa essa nova plataforma.
De todo modo, se expor é, ao que parece, escolha individual. Porque há a internet como fim, somente para consumo de informações, mas há a internet como meio (de troca): escolhe-se não ser um alguém (lá) ou ser um alguém identificado, ambos consumindo. Mas o fato de se expor, se por um lado pode criar um conflito entre o privado e o público, por outro lado permite a associação de pessoas e ideias. Mais do que isso, permite o surgimento de lideranças e o compartilhamento – palavra chave em nosso tempo.
Dito isso, o que podemos constatar, pelos dois canais que apreciamos (Twitter e Youtube), é uma proliferação plural progressista. Uma proliferação pode não ser plural, por exemplo, uma proliferação de bactérias ou uma metástase. Já uma proliferação plural é muito abrangente, pois não filtra. Especificamente a proliferação plural progressista é a proliferação de ideias plurais dentro do campo de pensamento e atuação progressista. Isso não quer dizer que tal campo é 100% idôneo, sincero ou neutro, pelo contrário, é o viés que o classifica. A proliferação plural progressista (PPP), permite um contato direto entre os frequentadores do meio digital, sem interferência patronal ou editorial com censura velada. Permite a escolha.
Por exemplo, muitos de nós nos informamos pelos sites de notícias. Porém, qual critério é usado por eles? O UOL, por exemplo, de quanto em quanto tempo atualiza as manchetes de sua página principal? Quanto tempo ele deixa uma manchete e/ou imagem no topo de seu site e por quê? Que tipo de notícia é por eles escolhida e com que base de análise? Os colunistas, com qual critério são contratados? A Rede Globo, que ataca na TV, rádio, internet, etc., ao que se sabe não permite posicionamento político de seus empregados. Ou permite dependendo do viés? A que interesses servem UOL e Rede Globo, dentre outros? É interessante para nós sermos informados dessa maneira absolutamente passiva e manipulada?
A PPP, por lado, é o fluxo intenso do ir e vir de ideias, fatos e streaming. Com posicionamento livre e autônomo a PPP é arma de resistência. Por ela desfilam colunistas, jornalistas, comentaristas e, em seus programas e nas suas comunicações, passam as mais variadas personalidades e intelectuais dos mais diversos campos e que expõem seus pontos de vista e conhecimentos densamente. Nesse momento de crise e dúvidas a PPP pode e deve ser usada para nos iluminar ou, ao menos, indicar caminhos divergentes da opinião pública aceita como "oficial". E, quem sabe promover uma nova transformação social e democrática.

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