terça-feira, 17 de novembro de 2015

Considerações sobre esse blog

Estamos adentrando o ano III do blog, mas não é por isso que ele é o assunto dessa reflexão. É importante revisitar, revisitar não é retroceder, mas rever, talvez retomar um sentido. Recordar é viver.  Esse blog começou lá nos idos de 2013 como forma de organizar os escritos digitalmente. Sempre há um papel aqui e acolá, sempre há um papel perdido. No digital, teoricamente, nada se perde... Assim, o pensamento disposto segue sua lógica [ou a falta dela], o pensamento flui e exprime o que se vê, o que se sente, o que pede passagem.
"Reflexões do Filósofo (de rua)" não são reflexões filosóficas, embora possam porventura ser porque se tratam de reflexões de um projeto de filósofo (ainda estudante, embora o diploma ou não nada signifique quanto a ser ou não filósofo). "De rua" é só por uma não pretensão acadêmica. "De rua" é para estar livre de regras e normas (embora sempre procurando citar as fontes, a não ser em um uso inconsciente ou ignorante). "De rua", então, é porque não há um compromisso com o fazer acadêmico formal e nem mesmo com seu conteúdo. A filosofia acadêmica é uma ciência e, como tal, exige. Há a necessidade de uma base, um repertório, o domínio dos procedimentos, das correntes, da história, etc. Não é esse o caso aqui...
De fato, sempre interessou a esse blogueiro textualizar. Começou com as redações de escola, passou por poesias até chegar a reflexões. Sempre textos curtos porque a preguiça é amiga da pena, nesse caso. A redação era sempre uma dissertação ou narração sobre um tema dado - normalmente algo real ou que revertesse à realidade. Mas a redação visa àquela estrutura início, meio e fim. A poesia extrapolou para o outro lado, sempre tendo um mote e uma rima, ou uma forma. Até que apareceram as reflexões. Elas eram amuletos, eram reclamações, punições, confissões, mas, mais do que tudo, eram emanações sentimentais. Do que se passa a esse blog feito de reflexões que de certa forma remetem a algum conceito, uma dedução qualquer ou mesmo a tentativa de vasculhar os aspectos técnicos da filosofia, de forma livre. Há resenhas, sim, às vezes fala-se do mundo, reclama-se e há espaço para a retórica, enfim. Mas, porque escrever?
Uma pergunta é uma das coisas mais incompletas desse mundo porque nunca há uma reposta única e certa. Por que escrever? Talvez não haja um por que. Tem que ter? Vê-se que a reposta se transformou em pergunta... Estamos nesse mundo de passagem, sem bem saber o porquê e procurando ou não um sentido. Explicação nunca se terá todas. Enquanto eu estiver aqui vivo sempre faltarão respostas. É acreditar em algo, ter uma fé, buscar algo, simplesmente viver. Arrumar problemas e problemas para não pensarmos nas explicações. Dar contribuições para a sociedade ou não. Mendigar, viver na rua - burlar a lei, torcer a lei, negar a lei. Tem tanta coisa para fazer, não??? Tem escrever. Não sei se tem utilidade ou se deve ser útil, mas sabemos pouco. Não há um sentido declarado, é necessário viver, de alguma forma, da forma que for possível.

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