Estamos adentrando o ano III do blog,
mas não é por isso que ele é o assunto dessa reflexão. É importante revisitar,
revisitar não é retroceder, mas rever, talvez retomar um sentido. Recordar é
viver. Esse blog começou lá nos idos de 2013 como forma de organizar os
escritos digitalmente. Sempre há um papel aqui e acolá, sempre há um papel
perdido. No digital, teoricamente, nada se perde... Assim, o pensamento
disposto segue sua lógica [ou a falta dela], o pensamento flui e exprime o que se
vê, o que se sente, o que pede passagem.
"Reflexões do Filósofo (de
rua)" não são reflexões filosóficas, embora possam porventura ser porque
se tratam de reflexões de um projeto de filósofo (ainda estudante, embora o
diploma ou não nada signifique quanto a ser ou não filósofo). "De
rua" é só por uma não pretensão acadêmica. "De rua" é para estar
livre de regras e normas (embora sempre procurando citar as fontes, a não ser
em um uso inconsciente ou ignorante). "De rua", então, é porque não
há um compromisso com o fazer acadêmico formal e nem mesmo com seu conteúdo. A
filosofia acadêmica é uma ciência e, como tal, exige. Há a necessidade de uma
base, um repertório, o domínio dos procedimentos, das correntes, da história,
etc. Não é esse o caso aqui...
De fato, sempre interessou a esse
blogueiro textualizar. Começou com as redações de escola, passou por poesias
até chegar a reflexões. Sempre textos curtos porque a preguiça é amiga da pena,
nesse caso. A redação era sempre uma dissertação ou narração sobre um tema dado
- normalmente algo real ou que revertesse à realidade. Mas a redação visa àquela
estrutura início, meio e fim. A poesia extrapolou para o outro lado, sempre
tendo um mote e uma rima, ou uma forma. Até que apareceram as reflexões. Elas
eram amuletos, eram reclamações, punições, confissões, mas, mais do que tudo,
eram emanações sentimentais. Do que se passa a esse blog feito de reflexões que
de certa forma remetem a algum conceito, uma dedução qualquer ou mesmo a
tentativa de vasculhar os aspectos técnicos da filosofia, de forma livre. Há
resenhas, sim, às vezes fala-se do mundo, reclama-se e há espaço para a
retórica, enfim. Mas, porque escrever?
Uma pergunta é uma das coisas mais
incompletas desse mundo porque nunca há uma reposta única e certa. Por que
escrever? Talvez não haja um por que. Tem que ter? Vê-se que a reposta se
transformou em pergunta... Estamos nesse mundo de passagem, sem bem saber o porquê
e procurando ou não um sentido. Explicação nunca se terá todas. Enquanto eu
estiver aqui vivo sempre faltarão respostas. É acreditar em algo, ter uma fé,
buscar algo, simplesmente viver. Arrumar problemas e problemas para não
pensarmos nas explicações. Dar contribuições para a sociedade ou não. Mendigar,
viver na rua - burlar a lei, torcer a lei, negar a lei. Tem tanta coisa para
fazer, não??? Tem escrever. Não sei se tem utilidade ou se deve ser útil, mas
sabemos pouco. Não há um sentido declarado, é necessário viver, de alguma
forma, da forma que for possível.
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