Vem da modernidade o projeto de recuperação
do homem antigo e uma fundamentação da racionalidade. O eu revitalizado e
revalorizado irrompe com suas ideias e sua consciência. O eu é autônomo, é
possível falar ontologicamente de um eu que age, a subjetividade do eu é
marcante na filosofia.
Os séculos se passam e o eu perde força até
que Freud inventa o inconsciente. Há um algo além da nossa subjetividade, um
desconhecido que não podemos explicar. Althusser propõe uma leitura de Marx
pelo não dito, pelas lacunas. Mas o que é esse invisível? É o inconsciente,
sempre presente, latente. Há o dito e o não dito, que às vezes diz mais. E ele
ainda argumenta que o próprio Marx usou esse expediente na leitura dos
economistas clássicos...
De toda forma, o inconsciente é estruturado.
O estruturalismo francês coloca o sujeito em estruturas predeterminadas,
estruturas feitas de relações e de lugares que ocupamos, como sujeitos.
Exemplifico, ontem fui a um casamento, havia uma noiva, um noivo, o pai da
noiva, os amigos, etc. Em todo casamento existem esses lugares a serem
ocupados, de pai, mãe, convidado, etc. E ocupamos em cada casamento, lugares
diferentes. Estamos nessas estruturas existentes antes de nós. A subjetividade
perde espaço em prol da estrutura dada. Para Althusser, o próprio capitalismo
se vale da estrutura: relações de produção, modos de produção, a forma
mercadoria, todo um aparato em que nós, sujeitos, apenas nos encaixamos.
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* A partir do que pude apreender em notas de aula de Teoria das Ciências Humanas, prof. Vladimir Safatle.
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