Não podia passar sem uma reflexão o contato com a arte de Bergman. Através de um espelho desnuda o interior e o conflito da experiência familiar e nos envolve em um quadro psíquico intenso. Se Karin sofre de transtorno que a projeta em uma outra realidade, a proximidade da família revela o desejo de felicidade. Sua delicadeza liga três homens: pai, irmão e esposo. A patologia que sobre ela incide covardemente, embaralha suas metas.
Mas Karin quer fazer. Ela luta. Nós lutamos. O que nos move? O que é possível fazer? O mar, o escuro, o vento e o barulho das ondas. Uma ilha, férias. Gritos de pássaros ao longe e perto. Melancolia. Karin quer fazer. Mas o que ela pode fazer? A doença destrói o que nos diferencia: a consciência, razão, sobriedade. A doença que chega sorrateira rouba-lhe a autonomia.
No momento de crise: controle. Tranquilizantes. Invasão. Ela sente e eu sinto. Ela não chora, eu choro. Ela não sabe ou sabe demais naquele momento? Eu sei que ali algo se vai, a maneira com que lidamos com a doença é bruta. Pedro soube, meu pai sabe. A crise vem, VEM, crescendo... ABOCANHA!!!
Mas Karin quer fazer. Ela quer fazer algo PARA o outro. Mas como?? O que fazer?
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