terça-feira, 17 de maio de 2022

O problema de Frege

Coloca o problema da diferença de valor cognitivo entre nomes diferentes para o mesmo objeto[i]

SSR[ii] começa com a questão da identidade, com enunciados do tipo x = y (é). Héspero é Fósforo.  Nome (verbo) nome. Nesse caso, se igual, se trata do mesmo objeto, o que pode não ser o caso quando, por exemplo, Pelé = Maradona. Ruffino chama a atenção para a tradução do termo alemão entre identidade e igualdade no português, que ele prefere pelo primeiro, já que a identidade, estritamente falando, é do objeto com ele mesmo.

Depois de tratar da natureza da identidade, Ruffino aborda a forma da identidade, que separa dois nomes pelo símbolo da identidade (=) ou o verbo ser na terceira pessoa do singular, conforme dito acima. O “é” significa duas coisas dos ponto de vista lógico, uma é a identidade e outra é subsunção ou instanciação de uma categoria por um objeto. Por exemplo, a estrela é vermelha, quer dizer que a estrela instancia a propriedade de ser vermelha, qual seja, vermelho predica a estrela. No outro caso, a relação é do objeto com ele mesmo.

Portanto, “a é b”, pode ser “a tem uma propriedade b”, de categorias diferentes, um particular e um universal, já a identidade se dá entre coisas do mesmo nível, por exemplo, Pelé é Edson Arantes do Nascimento. Bem, essa é uma certa confusão do verbo ser, dada pela linguagem e o que, inclusive, levou Frege a tentar deixar mais claras tais relações, como no desenvolvimento da linguagem formal, tratando cada relação com símbolos diferentes.

A partir da discussão da identidade, Frege chega na questão do sentido, além da referência, que é um caso particular de um problema mais geral no qual, aonde ocorre um nome dentro de uma expressão linguística, ao trocar o nome por outro do mesmo objeto, haverá uma diferença de valor cognitivo entre as duas expressões. “O rei Pelé jogou no Santos” e “Edson Arantes jogou no Santos” são duas sentenças com nomes diferentes para a mesma entidade, mas que, para um estrangeiro, será uma informação nova. Termina Ruffino: como explicar essa diferença cognitiva se estamos falando do mesmo objeto o tempo todo?



[i] Um resumo, quase transcrição de https://www.youtube.com/watch?v=kcFTJBF_gS0, “Filosofia da Linguagem - Ep. 2: O problema de Frege”.

[ii] Sobre Sentido e Referência.

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