Coloca o problema da diferença de valor cognitivo
entre nomes diferentes para o mesmo objeto[i]
SSR[ii] começa com a questão da identidade,
com enunciados do tipo x = y (é). Héspero é Fósforo. Nome (verbo) nome. Nesse caso, se igual, se
trata do mesmo objeto, o que pode não ser o caso quando, por exemplo, Pelé =
Maradona. Ruffino chama a atenção para a tradução do termo alemão entre
identidade e igualdade no português, que ele prefere pelo primeiro, já que a
identidade, estritamente falando, é do objeto com ele mesmo.
Depois de tratar da natureza da
identidade, Ruffino aborda a forma da identidade, que separa dois nomes
pelo símbolo da identidade (=) ou o verbo ser na terceira pessoa do singular,
conforme dito acima. O “é” significa duas coisas dos ponto de vista lógico, uma
é a identidade e outra é subsunção ou instanciação de uma categoria por um
objeto. Por exemplo, a estrela é vermelha, quer dizer que a estrela instancia a
propriedade de ser vermelha, qual seja, vermelho predica a estrela. No outro
caso, a relação é do objeto com ele mesmo.
Portanto, “a é b”, pode ser “a tem uma
propriedade b”, de categorias diferentes, um particular e um universal, já a
identidade se dá entre coisas do mesmo nível, por exemplo, Pelé é Edson Arantes
do Nascimento. Bem, essa é uma certa confusão do verbo ser, dada pela linguagem
e o que, inclusive, levou Frege a tentar deixar mais claras tais relações, como
no desenvolvimento da linguagem formal, tratando cada relação com símbolos
diferentes.
A partir da discussão da identidade, Frege
chega na questão do sentido, além da referência, que é um caso particular de um
problema mais geral no qual, aonde ocorre um nome dentro de uma expressão linguística,
ao trocar o nome por outro do mesmo objeto, haverá uma diferença de valor cognitivo
entre as duas expressões. “O rei Pelé jogou no Santos” e “Edson Arantes jogou no
Santos” são duas sentenças com nomes diferentes para a mesma entidade, mas que,
para um estrangeiro, será uma informação nova. Termina Ruffino: como explicar
essa diferença cognitiva se estamos falando do mesmo objeto o tempo todo?
[i] Um resumo, quase transcrição de https://www.youtube.com/watch?v=kcFTJBF_gS0,
“Filosofia da Linguagem - Ep. 2: O problema de Frege”.
[ii] Sobre Sentido e Referência.
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