Há
muitos momentos esquisitos na vivência. O fluxo de imagens, sons, cores e
cheiros que passam pelo mundo, e que nos perpassam, é um fluxo contínuo e
dúbio, senão contraditório. Com certeza, não há certeza. Soma-se ao externo o
interno, o mesmo fluxo de imagens, etc., está dentro de nós. Não importa aqui o
que essas coisas sejam de fato, seus nomes as indicam e fazem delas objetos que
nos tocam. É nessa balburdia que vivemos e assim confundimos o que está em nós,
com o que nos perpassa e com o que está fora. Como ter certeza?
A
imagem mental proveniente de um pensamento ou sentimento tem sua origem
exclusivamente interna ou é uma interferência externa? Ela também pode ser um
pouco de cada. Nessa incerteza, não há autonomia. Se uma houvesse a outra
poderia ser teorizada. Mas há muitas outras teorias e teorizações, pois o
cérebro humano, enquanto vivo, não para. Além disso, há palavras e sentimentos
que nos tocam. Mais do que a objetividade externa que caracterizávamos, há uma
subjetividade que a acompanha, muitas vezes.
E
há conspirações. Não bastasse essa efeméride de eventos, ainda contribuímos com
a produção desenfreada de ruídos de toda espécie. Há falsificações, estímulos nervosos
de origem psíquica e impulsos cerebrais por vezes sem origem, embora na maioria
das ocorrências uma dor seja uma dor física de um desgaste biológico. Porém, se
por algum motivo o “momento esquisito” se transforme em um “estado esquisito”, só
nos resta respirar e seguir.
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